Lisandro Amaral

De Cruzada

Lisandro Amaral


DE CRUZADA:

Avisto quincha e torrĂŁo num povoado em SĂŁo Martin
vejo um pedaço de mim extraviado n'outra era
foi morada, hoje espera poetizando agonias
pois no museu destes dias nĂŁo nos vale ser tapera
tomba a quincha, rompe o barro qual um pranto terminal
do abrigo tradicional trincheira perante a guerra
hoje um semblante que encerra depois do ser e o partir
hĂĄ um destino a seguir...todos voltamos pra terra

eu que venho de cruzada desgastando nazarenas
matrereio as mesmas penas deste rancho a desabar
tenho ausĂȘncias no olhar e a alma a sombra do verso
me sinto mais que o universo quando me ponho a cantar
me sinto mais que o universo quando me ponho a cantar

estas cenas que me abrem consciencia para o passado
pĂĄra o mundo do outro lado na querĂȘncia de quem parte
mais sincero serĂĄ o mate sem refugos por bandeira
a alma olha a porteira quando Deus faz o aparte
aceno o lenço e rumo por onde o extinto trilha
enforquilhando tropilhas redomoniando quimeras
atĂ© encontrar minha era sem ausĂȘncias no olhar
felizmente guitarrear num grande céu sem tapera
Compositores: Cristian Duarte Camargo (Cristian Camargo) (UBC), Lisandro Amaral Briao (Lisandro Amaral) (SOCINPRO)Publicado em 2005 (05/Ago) e lançado em 2003 (22/Abr)ECAD verificado obra #2988418 e fonograma #1066430 em 10/Abr/2024 com dados da UBEM

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