Navegando vida afora Pelo mar da esperança Aprendi desde criança Sobre as ondas me manter Ao raiar da juventude Vi passar depressa os anos Na maré dos desenganos Consegui sobreviver
E venci nessa jornada Furacões e tempestades E mentiras e verdades Que na vida todos tem Mas perdi a grande luta Para uma dor constante A saudade alucinante Que eu sinto de alguém
Guardião dos navegantes Esse mar misterioso Que destino caprichoso Lhe pergunto é o meu Se o passado está morto Nos confins da mocidade Por que vivo de saudades De um amor que já morreu
Olhos tristes sonhadores Que me olhavam com ternura Quando eu era a criatura Mais feliz que pôde haver Qual será o felizardo Que agora te fascina Ó encanto de menina Nunca pude te esquecer
Quantas vezes eu comparo O passado e o presente Tu surgiste mansamente Enfeitando os dias meus Fui feliz, mas veio o tédio Como sempre dominando E deixei-te soluçando Na esquina do adeus
Tu me amastes na idade Da paixão mais comovida Mas saí da tua vida Sem notar o que deixei Já cansado da procura De ilusões e sonhos loucos Hoje estou morrendo aos poucos Pelo amor que desprezei Hoje estou morrendo aos poucos Pelo amor que desprezei
Compositor: Gerson Coutinho da Silva (Goia) ECAD: Obra #16483 Fonograma #2204423