Voltei pra rever a velha fazenda Confesso chorei ao chegar ali Somente tristeza eu encontrei O que lá deixei nada mais eu vi
Não vi o pomar nem a moenda O monjolinho também sumiu Não encontrei nada como era Não vi a casinha no pé da serra A estrada de terra o asfalto cobriu
A velha porteira também se foi O carro de boi se acabou Já não existe nem a paineira Fiel companheira que meu pai plantou
O riachinho de águas claras Hoje é corrente de poluição Onde tinha amor hoje tem saudade Onde era sertão hoje é cidade A cruel maldade da evolução
O grande terreiro de secar café Hoje ali é as ruas centrais Grandes edifícios com suas garagens Tirou as pastagens dos animais
Já não se vê campos e colinas Nem a neblina no amanhecer Adeus saudoso tempo de criança Adeus fazenda Velha Aliança Berço querido que me viu nascer
Foi o progresso que trouxe a cidade para o sertão Nossos roceiros de calo nas mãos Já não sabe pra onde ir Culpado de tudo é a tal de tecnologia Tirou-me o sonho de morrer um dia No lugar aonde nasci