Olha lá o meu pai, com as mãos calejadas Perdendo seu resto de vida no cabo da enxada Eu não queria que fosse assim Pra mim seria tudo diferente Queria ter meu pai na cidade Morando alegre, junto da gente
De que vale ter diploma Ter conforto, ter de tudo Se não posso ter em casa Ele que me pôs no mundo?
Estudei por tantos anos Para tirá-lo daqui Meu esforço foi em vão Porque ele não quer ir
Quando é de manhãzinha e o dia vem chegando Ele escuta seu despertador, no poleiro cantando Ele chama o seu melhor amigo Que vai latindo e correndo na frente E vai pro trabalho pesado Ali debaixo desse sol ardente
Neste carro eu me vejo Bem vestido e perfumado Sofro tanto vendo ele De suor, todo molhado
Olha a condução do velho Numa corda amarrada Olha a geladeira dele Lá na sombra encostada
Quando é de tardezinha, vai pra sua casinha Comer seu feijão com arroz, feito no fogão a lenha E, na sua poltrona de angico Ele vai sentar comovido E na tela maior do mundo Ele contempla seu filme preferido
Na televisão do velho Não tem filmes de bandidos Não tem filmes policiais E nem filmes proibidos
No canal do infinito Sua Tv é ligada Só aparecem as estrelas E a lua prateada
Olha lá o meu pai
Compositores: Cleide Ramires da Costa (Cleide) (SICAM), Vicente Dias da Costa (Vicente Dias) (SOCINPRO)Editor: Latino Editora Musical Ltda. (UBC)Administração: Warner Chappell Edicoes Musicais Ltda (UBC)Publicado em 2020 (12/Mai) e lançado em 2020 (22/Jun)ECAD verificado obra #37816 e fonograma #20758079 em 21/Abr/2024 com dados da UBEM