Eu me olho no espelho E perco o meu sentido Não sei para onde vou Mas sei que fico perdido
Eu quero contemplar Do que da vida reste Quero observar O mundo de leste a oeste
Eu admito Que me perdi no mundo Enferrujei minha coragem Quando se passa cada segundo
Eu pego as minhas armas E deixo o vento me levar Eu levo toda calma Para o destino em mim chegar
Para poder ter Na veia sangue quente E poder mergulhar No mar do oriente
E você se surpreende Quando vê a minha alma flamejante E eu vago por aí Com espírito dominante
Eu queria entender Como são os anjos E podem fornecer Ajeitos e arranjos Já não posso entender Se é beleza ou maldade Que entra na vida de todos E provoca calamidade
Eu não quero Mais nada que a vida tem pra oferecer O domínio e latifúndio Eu já nem sei o que dizer
Agora eu quero Somente me entreter Com a felicidade dos outros Mesmo que não possa ter
Eu vou vagando por aí Quebrando vidraças e espelhos Eu começo a rir Dos sopros vermelhos
Eu só vou me juntar A quem me der felicidade Eu sou só um fragmento Da centelha da bondade
Podia ser da realeza Podia ser muito elegante Podia ter muita riqueza Mas sou só repugnante
Eu quero o seu sorriso Pra minha noite clarear Quero a tua voz Para me acalmar
Não vamos preocupar-nos São só os fantasmas do vento Eu vejo os fragmentos do mar Não consigo, mas eu tento
O universo já não pode Caber na minha alma Diante do sofrimento Eu sempre perco a calma
Pelo menos Acho que você consegue me entender O que eu quero me expressar O que sinto por você
Não é só esquecer Não dá pra lembrar Não podemos vencer Não podemos ganhar
A cada espelho Já não vejo minha imagem Que esteve em todo lugar A favor de passagem
E a vida volta a trazer O que é meio e o que é fim Já não posso te dizer Se é tão tarde assim
Eu não posso mais olhar Os seus olhos e cabelo Eu quero despertar Desse maldito pesadelo
Compositor: Lucas Trigueiro de Carvalho (Lucas) ECAD: Obra #3750389