O pampa americano era de ninguém Um continente a espera de seu senhor Quando aportou a nau que vinha do além Trazendo o europeu colonizador E pra domar a terra como um troféu Se armou da valentia de seu corcel E este cavalo ibérico ao fim se alçou e o pampa recriou Então a seleção se fez natural Sobreviveu apenas quem se moldou Ao ambiente agreste que era bagual Assim foi que o crioulo se aquerenciou E se tornou nativo deste rincão Como um diamante sem a lapidação Pro tino do campeiro selecionar, trabalho secular
Cavalo é crioulo porque o padrão Vedete dos gaúchos mais atuais Um sonho que se cria cada vez mais No fundo da invernada do coração No lombo de um gateado me sinto um rei E o mundo todo gira na minha lei Pois com o pé no estribo e a rédea na mão A alma sai do chão
Vieram então as marchas pra comprovar Toda uma resistências que é sem igual A exposição do freio pra consagrar Um biotipo lindo e mais funcional E o mundo do campeiro testemunhou Um pingo que montado se agigantou E além de dar serviço passou a ser de esporte e de lazer Cavalo que anda pronto pro um desafio E na arrancada junta um zebú gavião E num giro de pata faz corripiu E na esbarra ainda espalha a cola no chão A história de um amor que não tem mais fim É a história do crioulo viva paixão Um sonho pela rédea, um cavalo enfim Do peão e do patrão
Cavalo é crioulo...
Compositores: Luiz Carlos do Nascimento Borges (Luiz Carlos Borges), Mauro Raimundi Ferreira ECAD: Obra #3058614 Fonograma #1323226