O touro berrou nos cerros e descambou rumo a grota Não houve grito de volta que levasse pro rodeio Aos poucos os companheiros foram perdendo pro touro Sobrou eu e os meus cachorros, e o meu lobuno estreleiro Enquanto eu for peão campeiro, e andar montado a cavalo Os homens mandam no gado e os touros levam costeio Sem o dois, feio por feio, macho por macho, empatemo E eu temo contra veneno, pra quem refuga rodeio (Ah! Touro véio, eu vim, e um cupinudo assim Não vai pro mato se passar por mim Eu não sou de me achicar, o que tem que ser será Quando a trança do meu laço for pro espaço e terminar)
Se deus quiser trago o touro, se não quiser também trago Que o laço é deus no meu pago, e os santos são os cachorros Se eu fiz esse milongão, eu fiz porque me garanto E nunca dependi de santo pra cuidar da obrigação
Eu quero é touro laçado no ladeirão desse cerro Pois se tocar de ir pro inferno, cheguemo tudo emendado E se tocar de ir pro céu, numa rodada de estouro Vão junto as aspa do touro, na ponta do meu sovéu
Arrojo meu lobunão, corto o rastro e mando a corda E a vida que encontre a forma de clarear esta cerração Sair trancando o garrão, meu povo traz esse jeito Se faz o que é pra ser feito, e depois se agüenta o tirão