No bolicho do lajeado, o cecêu chegou montado numa mula pangaré Apeiou num buenas tardes, já fazendo meio alarde, de espora só num pé Esta mula do cecêu, já no dia que nasceu, trouxe as baldas na placenta Quando foi domar a mula, o cecêu talvez por fula, se benzeu com água benta
Bote um trago tio juquita, que hoje é dia de visita e me vou lá pra tiguera Minha mula pangaré, hoje está de boa fé, e a sarita lá me espera O cecêu de pouca estampa, já saiu a meia guampa, no revés da campesina Mas porém no pensamento, era só neste momento, de rever aquela china
Mas o diabo por malino, na tristeza do destino, encarnou-se nesta mula O cecêu teve montado e a mula num bailado sapateava numa chula Bem da frente da bodega, que o cecêu de espora cega, pra esta mula deu café O mulato em patacoada, atiçou a cachorrada nesta mula pangaré
Vinha a mula tafoneira, manoteando a focinheira procurando um cusco baio E o cecêu neste floreio, ia só cruzando o relho de soiteira por um raio Esta mula pangaré, ganhou o rumo do ibaré no destino da visita Vinha ela ornejando e o cecêu vinha assobiando um valseado pra sarita
Compositores: Marcelo Oliveira de Oliveira (Marcelo Oliveira), Joao Rafael Teixeira Chiappetta (Rafael Teixeira Chiappetta) ECAD: Obra #10212706 Fonograma #10371455