entre o sim e o não no altar ouço um surdo soando macio entre o delta e o leito do rio um pandeiro escondido entre o olhar derradeiro e o primeiro suado arrepio O apito de mestre fuleiro e a mulata no cio.
Entre o tapa e o beijo fatal sinto o sangue azul do passista entre o gelo e o olhar da conquista Um enredo; Entocado entre o grito de medo E o segredo que não deixa pista O meu samba que feito um torpedo no mundo se arrisca
Entre o sal e o sussurro do mar Um batuque de lata de cêra. Entre o céu e a porta bandeira Um atalho Que começa num penduricalho E termina na luz mandingueira Que o meu samba derrama na luz da manhã brasileira.
Entre o som e o silêncio total Ouço o tempo que taquicardia Entre o sonho e a alegoria Um desejo Que esse cálido negro lampejo Não se apague depois da folia E o meu samba se vá alastrando feito epidemia.