Sou dono dos meus arreios E é deles que eu vejo o mundo Seja no campo do fundo Ou no potreiro da frente Foi neles que me fiz gente E aprendi todo o serviço E a honrar os compromissos Que faz de nós diferentes
Trago a espora sempre atada Só sai quando sai a bota Pra tirar zebu da grota Ou rosetear um mal costeado Pra recorrer o banhado Campereando o gado manso E o doze braças que tranço Não se queda remalhado
(Somos homens dos arreios Somos povo do cavalo Cacho atado a cantagalo E um estampão pacholento De laço atado dos tentos Cincha no osso do peito Se faz o que é pra ser feito Depois se vê o fundamento.) Bis
Quem é dos arreios sabe Das luas e benzeduras De tropas e suas lonjuras Do tempo e da natureza Da fronteira e a sua grandeza Da imensidão que fascina E dos caprichos da china Ternura, fibra e beleza
De boina ou chapéu tapeado Touro do mesmo rodeio Habitantes dos arreios Crioulos de um pago santo Que se remonta, no entanto Se contestam a procedência Dessa campeira vivência Que brota do nosso canto
É dos arreios que eu tenho Firmes em força na perna Meus cavalos, quem governa É a rédea na mão canhota E o bocal que só se afróxa Quando o potro pede o freio E só quem é dos arreios Sabe das doma e suas voltas
Compositores: Mauro Sergio Montenegro Moraes (Mauro Moraes), Anomar Danubio Machado Vieira ECAD: Obra #14542321 Fonograma #12679802