Neste viver transumante, treze cavalos montei Treze pelagens distintas, os treze fletes de lei Era rosilho o primeiro, pĂȘlo de brasas dormidas Que se recolhem de cinzas velando noites compridas
Foi baio ruano o segundo, pĂȘlo de libras e sĂłis Crinas brancas como geadas, matizadas de arrebĂłis O terceiro um colorado, pĂȘlo da cor das sangrias Tranqueava sonando as ventas nas madrugadas mais frias
Tive depois um tostado como pitangas maduras Bom de campo e de carreira, vaqueano em noites escuras O quinto foi um gateado, tinha a cor dos pajonais PĂȘlo e negaça de puma que se esconde entre cardais
Depois encilhei um mouro, bom de boca e trote bueno Com pĂȘlo de um poncho pampa, respingado de sereno Nesse cambiar de montadas, um tempo pra cada flete PĂȘlo de açĂșcar queimado, foi zaino o nĂșmero sete
Tordilho como as melenas encanecidas de um taita O oitavo dos meus pingos gostava de um som de gaita Depois tive um alazĂŁo, lindo como flor singela Nos ranchos que eu nĂŁo chegava vinham me olhar na cancela
Noutra feita um douradilho que em seu pĂȘlo refletia Lampejos de ĂĄgua correndo ao sol quando nasce o dia Tem pĂȘlo de seda negra, o pingo que encilho agora Noite sem lua ou estrelas, sem um sinal pĂȘlo afora
Ă ele o nĂșmero treze dos que tive e encilhei Treze pĂȘlos sem parelhas, os trezes fletes de lei!
Compositores: Mauro Sergio Montenegro Moraes (Mauro Moraes), Colmar Pereira Duarte (Colmar Duarte) ECAD: Obra #2363945 Fonograma #870935