Mauro Moraes
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Um Milongão Dos Veiaco

Mauro Moraes


Um milongão dos veiaco

Aba larga retovado, pala de seda no braço
E o choro fino do aço das chilenas no garrão
Encilhei um milongão, não vi que era dos veiaco
E sacudiu os meus caco bem no que sai do violão

No alambrado das cordas quis me apertar no floreio
Aprumei um bordoneio bem na dobra da virilha
Quando um taura se enforquilha é duro de se pelar
Se ponho a guitarrear sou pampa em riba da encilha

Pra ginetear de bolada um milongão dos veiaco
“hay de tener” fé no taco e uma alma guitarreira
Um batidão de fronteira mais firme do que um palanque
Que desde o primeiro arranque já enrede o mau na soiteira

Do jeito que o diabo gosta se prendeu mandando garra
No parador da guitarra escondeu a cara co´as mão
E eu gritei com o milongão e aticei a cachorrada
Que a vida não vale nada se não se tem tradição

Tem que ter corpo leviano e um dedilhado campeiro
Pra mostar pra um caborteiro qual é o pau que dá cavaco
Calçar os ferro no sovaco esfregar o pala na cara
Não é qualquer um que para num milongão dos veiaco!

Compositor: Mauro Sergio Montenegro Moraes (Mauro Moraes)
ECAD: Obra #1264230 Fonograma #848072

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