Lá perto de Montes Claros, na fazenda do Simão Lá existe uma estátua com um chicote na mão Dizem que há muitos anos, no tempo da escravidão Existia um fazendeiro Que fazia prisioneiras as famílias do sertão
O homem e os seus capangas matavam sem piedade Quem tentasse uma fuga na fazenda Soledade O povo morria a míngua com uma esperança em vão Quem reclamasse apanhava O seu chicote estalava na maior judiação
Um velho já bem cansado cuidava do seu netinho Fazia oração chorando pra salvar o menininho Ao ver a criança pedir, vovô não me deixe morrer Saiu com o menino doente Pediu na fazenda urgente, ajude meu neto a viver
O carrasco olhou o velho que ajoelhado ao chão Nos braços com seu netinho implorava compaixão Mas na hora o fazendeiro foi em cima do velhinho Ao levantar o chicote O velho sentiu a morte e abraçou-se ao Zezinho
(“Senhora Aparecida, proteja meu vovozinho Não deixe meu vovozinho morrer”)
O menino amedrontado chamou sua mãe querida Proteja vovô, lhe peço, oh! Senhora Aparecida O milagre aconteceu, foi uma grande explosão O fazendeiro malvado Ali ele foi transformado numa estátua e chicote na mão