Não vou deixar de me lembrar a vida inteira Daquela dona que encontrei na gafieira Uma crioula que era mesmo uma beleza Mal comparando, parecia uma princesa
Com um vestido de “shantung” desbotado Todo enfeitado com pedaços de vidrilho Um sapatinho mal pintado de doirado E uma peruca feita de barba de milho
Eu lhe dirigi uma piada Ela ficou zangada, me fez “mal-criação” Sapecou-me um chute na canela E o sapato dela ficou na minha mão
Só muito depois é que eu pensei e raciocinei Quem podia ser aquela Pois fiquem sabendo, minha gente, Que a neguinha saliente era minha Cinderela
Breque: <Início> Senhoras e senhores, tenho a honra de lhes apresentar Aquela... a minha... quem será? Será a Dirce Machado, a pioneira das mulatas? Não, senhoras e senhores, é a minha, a minha querida crioula Cinderela! (Aplausos, assobios...) <Fim>
Não vou deixar de me lembrar a vida inteira De uma dona que encontrei na gafieira Uma crioula que era mesmo uma beleza Mal comparando, parecia uma princesa
... (Repete até o fim, exceto o breque.)
Compositores: Nelson Barros da Rocha (Nelson Barros), Erathostenes Alves Frazao (Frazao) ECAD: Obra #198369 Fonograma #3248426