No rancho fundo Bem pra lá do fim do mundo Onde a dor e a saudade Contam coisas da cidade... No rancho fundo De olhar triste e profundo Um moreno conta as "mágoas" Tendo os olhos rasos d'água Pobre moreno Que de noite no sereno Espera a lua no terreiro Tendo o cigarro por companheiro Sem um aceno Ele pega na viola E a lua por esmola Vem pro quintal desse moreno No rancho fundo Bem pra lá do fim do mundo Nunca mais houve alegria Nem de noite nem de dia Os arvoredos Já não contam mais segredos E a última palmeira Já morreu na cordilheira Os passarinhos Inbernaram-se nos ninhos De tão triste esta tristeza Enche de trevas a natureza Tudo por que? Só por causa do moreno Que era grande, hoje é pequeno Pra uma casa de sapê Se Deus soubesse Da tristeza lá serra Mandaria lá pra cima Todo o amor que há na terra Porque o moreno Vive louco de saudade Só por causa do veneno Das mulheres da cidade Ele que era O cantor da primavera Que até fez do rancho fundo O céu maior que tem no mundo Se uma flor desabrocha E o sol queima A montanha vai gelando Lembra o cheiro do moreno
Compositores: Lamartine de Azeredo Babo (Lamartine Babo), Ary Evangelista Barroso (Ary Barroso) ECAD: Obra #27677611 Fonograma #37314789