Por Leandro Saueia
Formado por músicos extraordinários, incluindo o guitarrista Armandinho e Dadi no baixo, a banda começou com a proposta de fazer som instrumental, mas acabou se rendendo às pressões e gravaram material mais pop.
Meio-dia, sol de rachar e a ideia de ouvir um pouco da música pantaneira de Almir Sater pareceu uma boa ideia. Vendo o cara ao vivo é que nos lembramos que antes de ser ator ou de ter suas canções tocadas em tudo quanto é roda de violão, Sater surgiu como grande instrumentista participando de festivais de jazz com a sua renovação da música regional brasileira. As canções de Almir Sater são o que podemos chamar de folk music brasileira e os momentos em que ele funde os ritmos brasileiros com o blues são brilhantes.
Nova caminhada e deu pra pegar os americanos dos Los Straitjackets com suas máscaras de luta livre mexicana botando roqueiros e velhinhas para dançar ao som de sua surf music instrumental de alta voltagem. No rerpertório músicas próprias, temas de filmes e séries ("Perdidos na Noite", "Batman") e clássicos do gênero como "Tequila" e "Wipe Out".
O parceiro Roberto Carlos é homenageado e "sacaneado" na mesma medida, coisa que só os amigos podem se permitir.
Assim Erasmo não se faz de rogado e canta Quero Que Vá Tudo Pro Inferno.
Banida do repertório do Rei ela surge aqui em versão gritada, quase um grito de desespero.
Ao final ele dedicou o show à Ana Paula, a filha de Roberto Carlos que havia morrido no dia anterior e saiu do palco consagrado. A nós ainda restava alguns shows como os de Paulinho da Viola ou a volta do RPM, mas o cansaço já não permitia mais nada.
Como um balanço final fica a certeza de que a Virada é um dos eventos mais importantes de São Paulo e do Brasil. Ainda que se possa reclamar de certas atrações ou da ausência de outras a programação é ampla o bastante para agradar a todos. E ainda que seja impossível ver tudo o que se gostaria, essas cerca de dez apresentações que conseguimos conferir já valeram por alguns meses de bons espetáculos.
Não deixe de ler também a primeira parte do nosso especial sobre a Virada Cultural 2011.
Patricia AsegaDadi e Armandinho da Cor do Som
Após algumas, poucas, horas de sono era hora de encarar mais uma maratona de shows. A primeira parada do dia foi para conferir os veteranos da Cor do Som. O grupo surgiu em meados dos anos 70 e ajudou a fazer a ponte entre o rock setentista , a MPB e o rock brasileiro da década de 80.Formado por músicos extraordinários, incluindo o guitarrista Armandinho e Dadi no baixo, a banda começou com a proposta de fazer som instrumental, mas acabou se rendendo às pressões e gravaram material mais pop.
Patricia AsegaAlmir Sater
Na época o pessoal mais radical torceu o nariz, mas músicas como Beleza Pura, Menino Deus e Dentro da Minha Cabeça os colocaram nas rádios e programas de auditório. O show do grupo mistura essas duas facetas, intercalando instrumentais como "Arpoador" aos hits radiofônicos que surgem rearranjados. Livres da produção tipicamente oitentista percebe-se que boa parte daquelas músicas que eram taxadas de brega são muito boas. Fora o prazer de poder ver Armandinho arrebentando na guitarra baiana ou solando um bandolim como um guitar hero.Meio-dia, sol de rachar e a ideia de ouvir um pouco da música pantaneira de Almir Sater pareceu uma boa ideia. Vendo o cara ao vivo é que nos lembramos que antes de ser ator ou de ter suas canções tocadas em tudo quanto é roda de violão, Sater surgiu como grande instrumentista participando de festivais de jazz com a sua renovação da música regional brasileira. As canções de Almir Sater são o que podemos chamar de folk music brasileira e os momentos em que ele funde os ritmos brasileiros com o blues são brilhantes.
Patricia AsegaLos Straitjackets tocam sua Surf Music na Virada Cultural
Após essa aula ainda deu tempo de ver os Incríveis desfilando sua técnica em clássicos como Vendedor de Bananas e o Beatles 4ver já bastante cansado mandando ver no medley final de Abbey Road - o grupo estava tocando desde as seis da tarde do dia anterior todos os álbuns dos Beatles.Nova caminhada e deu pra pegar os americanos dos Los Straitjackets com suas máscaras de luta livre mexicana botando roqueiros e velhinhas para dançar ao som de sua surf music instrumental de alta voltagem. No rerpertório músicas próprias, temas de filmes e séries ("Perdidos na Noite", "Batman") e clássicos do gênero como "Tequila" e "Wipe Out".
Patricia AsegaErasmo Carlos fechando a festa
Depois foi só esperar a chegada de Erasmo Carlos em um show que precisa ser muito discutido. Poucos parecem ter notado que o Tremendão basicamente fez o mesmo que Caetano Veloso que rejuvenesceu ao arrumar uma banda de gente bem mais nova. Mas Erasmo está indo além ao misturar um trio de garotos fanáticos por anos 60 (os Filhos da Judith com seus terninhos e franjinhas) com outros três músicos mais experientes - incluindo Dadi que aqui toca guitarra. Aliás guitarra é a palavra de ordem aqui. Algumas vezes temos quatro no palco fazendo uma barulheira inacreditável.Patricia AsegaErasmo e o cover de Roberto Carlos
O repertório também é de fazer chorar incluindo hits pop como Pega Na Mentira ou Mesmo Que Seja Eu, canções recentes , pérolas gravadas nos anos 70 (Panorama Ecológico) e vários hits da jovem guarda.O parceiro Roberto Carlos é homenageado e "sacaneado" na mesma medida, coisa que só os amigos podem se permitir.
Assim Erasmo não se faz de rogado e canta Quero Que Vá Tudo Pro Inferno.
Banida do repertório do Rei ela surge aqui em versão gritada, quase um grito de desespero.
Divulgação
É Preciso Saber Viver surge com nova vida e com uma estrofe a mais que não era ouvida há tempos e finalmente temos a nova Cover onde um clone de Roberto sobe ao palco para distribuir rosas ao público (uma caiu em minhas mãos só pra constar).Ao final ele dedicou o show à Ana Paula, a filha de Roberto Carlos que havia morrido no dia anterior e saiu do palco consagrado. A nós ainda restava alguns shows como os de Paulinho da Viola ou a volta do RPM, mas o cansaço já não permitia mais nada.
Como um balanço final fica a certeza de que a Virada é um dos eventos mais importantes de São Paulo e do Brasil. Ainda que se possa reclamar de certas atrações ou da ausência de outras a programação é ampla o bastante para agradar a todos. E ainda que seja impossível ver tudo o que se gostaria, essas cerca de dez apresentações que conseguimos conferir já valeram por alguns meses de bons espetáculos.
Não deixe de ler também a primeira parte do nosso especial sobre a Virada Cultural 2011.