Quando começaram a ser feitos nos anos 60 os promos, como os clipes eram chamados, eram apenas mais uma forma de se anunciar um disco de algum artista. Feitos sem muito cuidado e com custo quase zero eles raramente tinham algo além do artista dublando a música.
Levou um tempo ainda para que performers, televisões e gravadoras percebessem que aqueles filmetes poderiam sim alavancar a carreira de um artista. A revolução mesmo veio no início dos anos 80 quando a MTV entrou no ar com uma ideia que soava ao mesmo tempo maluca e maquiavélica. Afinal ninguém entendia porque alguém pagaria para ver comerciais o dia todo. Soa estranho? Pois é, até então era assim que os clipes eram vistos, como anúncios de discos.
Surpreendentemente a coisa funcionou e de repente a indústria começou a se dar conta de que certas bandas (como o Duran Duran e outros grupos ingleses) começaram a vender mais e mais. O fato é que no início como não tinha muito o que passar a emissora colocava em alta rotação o que tinha a mão e quem já se preocupava com a linguagem visual saiu na frente.
Desde então o mundo dos vídeos passou por inúmeras revoluções e mudanças A maior delas seguramente com Michael Jackson e seus vídeos de extremo bom gosto (Billie Jean) ou superproduzidos (Thriller - foto ao lado). Jackson não está nessa lista por dois motivos: Primeiro porque consideramos ele hours-concours e depois pelos vídeos já terem sido bastante vistos.
Essas são as mesmas razões pela qual outra rainha dos clipes, Madonna também não está aqui ainda que obviamente merecesse.
Preferimos lembrar de vídeos um pouco menos vistos atualmente mas que mudaram a indústria da música e dos clipes de forma definitiva e cujas histórias não sejam tão conhecidas. Bom divertimento e diga nos comentários qual clipe você acha que também deveria estar nessa lista.
Bohemian Rhapsody - Queen - 1975
Os clipes, ou promos como eram chamados na época, não eram exatamente uma novidade. Muitas bandas e artistas faziam esses filminhos para acompanhar seu mais novo compacto desde os anos 60. Mas foi Bohemian Rhapsody do Queen que mostrou que essa mídia tinha muito mais potencial do que se imaginava. Feito basicamente para evitar que a banda tivesse que fazer playback na televisão o vídeo acendeu uma luz na cabeça de outros artistas e das gravadoras que perceberam que o clipe poderia ir a muitos lugares onde os artistas não podiam (ou não queriam) ir. O recurso também ligava a música a imagens que refletiam a visão dos músicos. É por isso que Bohemian Rhapsody é considerado o clipe que deu origem à "era do vídeo".
Money For Nothing - Dire Straits - 1985
Em uma época em que os video-games só tinham 4 bits e os computadores em casa eram raros e usados quase que apenas para trabalho, Money For Nothing foi uma revolução. O grande feito foi o de trazer a computação gráfica, que ainda engatinhava, para o mundo dos clipes e abrir todo um novo leque de opções para bandas e diretores. Fora que as imagens eram tão diferentes que prendiam a atenção não só de jovens fãs de rock, mas também de adultos e crianças, o que era ótimo para todos envolvidos.
Pouco depois Mick Jagger lançou Hard Woman com ainda mais efeitos, e muitos seguiram o exemplo desde então. Mas nada superou o impacto que os Dire Straits tiveram naquele momento no meio dos anos 80.
Run DMC e Aerosmith - Walk This Way (feat. Aerosmith) - 1986
No começo dos anos 80 o hip-hop ainda era uma novidade pouco conhecida e restrita aos guetos e ouvidos mais antenados. Entre os artistas dessa época o Run DMC era um dos que mais se sobressaiam. Um dos momentos mais populares em seus shows era quando eles faziam um rap em cima da base do antigo hit do Aerosmith, Walk This Way. O produtor Rick Rubin sentiu que tinha algo poderoso em mãos. Ele pediu para a banda gravar a música e chamou Steven Tyler e Joe Perry do Aerosmith - que estava em baixa - para participarem das sessões.
O divertido clipe resultante apresentou o novo estilo para a América branca, fez do Run DMC em superstars e ainda ressuscitou o Aerosmith. Revolucionário ou não?
Beastie Boys - Sabotage - 1994
No meio dos anos 90 não havia banda mais cool que os Beastie Boys, uma façanha e tanto para um trio de judeus brancos que começou no hardcore, estourou no mundo pop ao abraçar o rap e desde então passou a se dedicar a tentar quebrar todas as barreiras musicais possíveis. Na mesma época ninguém fazia clipes tão inventivos quanto Spike Jonze (Buddy Holly sendo um bom exemplo). É claro que o caminho dos dois estava destinado a se cruzar e quando isso aconteceu o resultado foi um dos vídeos mais celebrados da história. Sabotage foi feito aos moldes dos seriados policiais dos anos 70 com farto uso da estética da época. A banda vestiu a camisa e caprichou na canastrice. Para os experts ainda não surgiu vídeo mais engraçado.
Johny Cash - Hurt - 2002
Seria possível um clipe ter o mesmo impacto dos grandes filmes? Pelo menos uma vez foi, quando o também cineasta Mark Romanek assumiu a direção de Hurt de Johny Cash - que foi eleito recentemente como o melhor da história. O vídeo é o que pode ser chamado de soco no estômago, ao intercalar imagens recentes do cantor já bastante doente com outras feitas nos anos 50 e 60. Peças do "Museu Johnny Cash" que naquele momento estava abandonado também são mostradas e fica difícil não se emocionar, ainda mais com a presença de sua esposa e salvadora June Carter olhando o nada com o mais triste dos semblantes. Ela morreria em maio do ano seguinte. Quatro meses depois quem partiu foi Cash, e Hurt se tornou seu epitáfio.
Levou um tempo ainda para que performers, televisões e gravadoras percebessem que aqueles filmetes poderiam sim alavancar a carreira de um artista. A revolução mesmo veio no início dos anos 80 quando a MTV entrou no ar com uma ideia que soava ao mesmo tempo maluca e maquiavélica. Afinal ninguém entendia porque alguém pagaria para ver comerciais o dia todo. Soa estranho? Pois é, até então era assim que os clipes eram vistos, como anúncios de discos.
Surpreendentemente a coisa funcionou e de repente a indústria começou a se dar conta de que certas bandas (como o Duran Duran e outros grupos ingleses) começaram a vender mais e mais. O fato é que no início como não tinha muito o que passar a emissora colocava em alta rotação o que tinha a mão e quem já se preocupava com a linguagem visual saiu na frente.
Desde então o mundo dos vídeos passou por inúmeras revoluções e mudanças A maior delas seguramente com Michael Jackson e seus vídeos de extremo bom gosto (Billie Jean) ou superproduzidos (Thriller - foto ao lado). Jackson não está nessa lista por dois motivos: Primeiro porque consideramos ele hours-concours e depois pelos vídeos já terem sido bastante vistos.
Essas são as mesmas razões pela qual outra rainha dos clipes, Madonna também não está aqui ainda que obviamente merecesse.
Preferimos lembrar de vídeos um pouco menos vistos atualmente mas que mudaram a indústria da música e dos clipes de forma definitiva e cujas histórias não sejam tão conhecidas. Bom divertimento e diga nos comentários qual clipe você acha que também deveria estar nessa lista.
Bohemian Rhapsody - Queen - 1975
Os clipes, ou promos como eram chamados na época, não eram exatamente uma novidade. Muitas bandas e artistas faziam esses filminhos para acompanhar seu mais novo compacto desde os anos 60. Mas foi Bohemian Rhapsody do Queen que mostrou que essa mídia tinha muito mais potencial do que se imaginava. Feito basicamente para evitar que a banda tivesse que fazer playback na televisão o vídeo acendeu uma luz na cabeça de outros artistas e das gravadoras que perceberam que o clipe poderia ir a muitos lugares onde os artistas não podiam (ou não queriam) ir. O recurso também ligava a música a imagens que refletiam a visão dos músicos. É por isso que Bohemian Rhapsody é considerado o clipe que deu origem à "era do vídeo".
Money For Nothing - Dire Straits - 1985
Em uma época em que os video-games só tinham 4 bits e os computadores em casa eram raros e usados quase que apenas para trabalho, Money For Nothing foi uma revolução. O grande feito foi o de trazer a computação gráfica, que ainda engatinhava, para o mundo dos clipes e abrir todo um novo leque de opções para bandas e diretores. Fora que as imagens eram tão diferentes que prendiam a atenção não só de jovens fãs de rock, mas também de adultos e crianças, o que era ótimo para todos envolvidos.
Pouco depois Mick Jagger lançou Hard Woman com ainda mais efeitos, e muitos seguiram o exemplo desde então. Mas nada superou o impacto que os Dire Straits tiveram naquele momento no meio dos anos 80.
Run DMC e Aerosmith - Walk This Way (feat. Aerosmith) - 1986
No começo dos anos 80 o hip-hop ainda era uma novidade pouco conhecida e restrita aos guetos e ouvidos mais antenados. Entre os artistas dessa época o Run DMC era um dos que mais se sobressaiam. Um dos momentos mais populares em seus shows era quando eles faziam um rap em cima da base do antigo hit do Aerosmith, Walk This Way. O produtor Rick Rubin sentiu que tinha algo poderoso em mãos. Ele pediu para a banda gravar a música e chamou Steven Tyler e Joe Perry do Aerosmith - que estava em baixa - para participarem das sessões.
O divertido clipe resultante apresentou o novo estilo para a América branca, fez do Run DMC em superstars e ainda ressuscitou o Aerosmith. Revolucionário ou não?
Beastie Boys - Sabotage - 1994
No meio dos anos 90 não havia banda mais cool que os Beastie Boys, uma façanha e tanto para um trio de judeus brancos que começou no hardcore, estourou no mundo pop ao abraçar o rap e desde então passou a se dedicar a tentar quebrar todas as barreiras musicais possíveis. Na mesma época ninguém fazia clipes tão inventivos quanto Spike Jonze (Buddy Holly sendo um bom exemplo). É claro que o caminho dos dois estava destinado a se cruzar e quando isso aconteceu o resultado foi um dos vídeos mais celebrados da história. Sabotage foi feito aos moldes dos seriados policiais dos anos 70 com farto uso da estética da época. A banda vestiu a camisa e caprichou na canastrice. Para os experts ainda não surgiu vídeo mais engraçado.
Johny Cash - Hurt - 2002
Seria possível um clipe ter o mesmo impacto dos grandes filmes? Pelo menos uma vez foi, quando o também cineasta Mark Romanek assumiu a direção de Hurt de Johny Cash - que foi eleito recentemente como o melhor da história. O vídeo é o que pode ser chamado de soco no estômago, ao intercalar imagens recentes do cantor já bastante doente com outras feitas nos anos 50 e 60. Peças do "Museu Johnny Cash" que naquele momento estava abandonado também são mostradas e fica difícil não se emocionar, ainda mais com a presença de sua esposa e salvadora June Carter olhando o nada com o mais triste dos semblantes. Ela morreria em maio do ano seguinte. Quatro meses depois quem partiu foi Cash, e Hurt se tornou seu epitáfio.