
Concerto Sinfônico Legião Urbana e Orquestra Sinfônica Brasileira

Como uma justa homenagem a uma das maiores, ou mesmo a maior, de todas as nossas bandas, ou mais uma daquelas pisadas na bola históricas pelas quais o festival é sempre lembrado?
O fato é que a Legião sempre se recusou a participar desses mega-festivais tendo até dito não para uma proposta aparentemente irrecusável do Hollywood Rock que lhes deixava escolher todo o line up da noite ou simplesmente se apresentar sozinhos.
Daí fica no ar a pergunta: Será que hoje em dia Renato estaria menos intransigente e acharia legal se apresentar em grandes festivais ou não?
Independente disso uma coisa é certa: as canções da banda brasiliense ainda estão na ponta da língua de umas boas duas ou três gerações de brasileiros e o show no Rock in Rio deve bater o recorde de "cantoria" de toda a noite.
Janelle Monáe

Como Janelle Monáe ainda não lançou o sucessor do elogiado "The ArchAndroid", o mais provável é que o seu show não tenha muitas diferenças do que já foi visto por aqui.
O show assim dá nova chance de Janelle emplacar com o grande público brasileiro onde ela ainda é pouco conhecida. Será que agora cantando para 100 mil pessoas, fora os milhões que verão pela televisão e internet esse jogo muda de figura? Aguardemos. Mas esperem no mínimo um show bem interessante.
Ke$ha

Não que ela seja uma espécie de Amy Winehouse light ou coisa parecida. Afinal Ke$ha pelo menos parece estar sempre de alto astral. Sabe a diferença do "eu bebo para me divertir" para o "eu me divirto bebendo"? Pois é.
Para o Rio Ke$ha está trazendo sua "Sleazy Tour" que em sua configuração original tem geralmente 14 músicas executadas, todas saindo de seus dois lançamentos oficiais: o álbum "Animal" e o EP "Cannibal" (mais "F**K Him He's a DJ" do disco de remixes lançado em março passado). Para se adequar aos horários do festival fatalmente precisará cortar entre duas e quatro canções do repertório.
O único problema aqui acaba sendo o de escalação. Afinal não faria mais sentido colocar a jovem para se apresentar ao lado de Shakira na sexta para um público mais novo e curtidor do pop feito por ela e transferir o show de Lenny Kravitz para a quinta que em tese terá uma plateia mais "adulta"? Mistérios...
Jamiroquai

Por um lado é fato que Jay Kay ajudou a trazer para os anos 90 as sonoridades do jazz funk setentista e, algo até surpreendente, conseguiu enorme sucesso com essa fórmula tornando-o uma opção perfeitamente aceitável para uma noite com foco na black music.
Ao mesmo tempo muitos acham que Jay nunca conseguiu ir muito além das influências de nomes como Steely Dan, Marvin Gaye e principalmente... Stevie Wonder.
Daí cabe a você decidir se o Jamiroquai é um herdeiro legítimo de Stevie Wonder que merece sua atenção e respeito ou se é apenas um competente reciclador das ideias esboçadas pelos mestres dos anos 70.
Divagações e polêmicas à parte o certo é que Jay Kay tem hits de peso como "Virtual Insanity" para garantir uma bela entrada antes do prato principal da noite.
Stevie Wonder

De quebra, entre todos os headliners deste Rock in Rio, considerando Elton John como estrela principal mesmo com ele tendo tocado antes de Rihanna, ele é o que há mais tempo estava ausente dos palcos brasileiros - desde 1995.
Assistir Stevie Wonder ao vivo é também a chance de ver um pouco da história do pop na sua frente. O cantor cego de nascença, superou todos os problemas inerentes a essa condição para se tornar não só um dos maiores sucessos da história, mas também uma figura influente e não só no meio musical - sua voz foi fundamental em diversas causas políticas e civis. É verdade que há anos Wonder não emplaca mais nenhum hit e seu último disco irrepreensível saiu em 1976, ano em que boa parte da plateia desse Rock in Rio sequer havia nascido.
Mas isso não importa, afinal a boa música é imortal e os discos lançados por Stevie entre 1972 e 1976 seguem como clássicos absolutos e indiscutíveis.
Outro adendo, Stevie Wonder se apresenta cada vez com menos frequência, ou seja, essa é uma chance raríssima de vê-lo num palco. Mais uma boa notícia? Ele já avisou que vai tocar por duas horas e meia pelo menos.
Marcelo D2

O cantor e rapper lançou recentemente um álbum em tributo ao eterno Bezerra da Silva onde mostra ter ginga e malandragem em quantidades suficientes para encobrir a voz não muito forte ou bem treinada.
Com apenas 50 minutos para mostrar serviço o mais provável é que Marcelo D2 cante as músicas suas que são sempre garantia de sucesso como "Loadeando", "Qual É?" ou "À Procura da Batida Perfeita". Mas espera-se que pelo menos um samba apareça em algum momento do show, assim como alguma canção do Planet Hemp. Aliás será que não rola um reencontro de D2 com sua antiga banda? Sonhar não custa nada né?
Jota Quest

É um pouco disso que o grupo irá mostrar em sua apresentação na noite mais pop de todo o festival. Levando-se em conta o perfil do público que estará presente na Cidade do Rock nessa data, é mais do que certo que o Jota Quest fará um show redondinho, com todo mundo cantando e dançando feliz ao som dos sucessos da banda.
Ivete Sangalo

Aliás basta parar para pensar e ver que a organização não tinha muita escolha mesmo na hora de compor a grade nacional do festival. Afinal não dá pra arriscar colocar aquela banda que faz sucesso na internet ou que tem moral entre a crítica e o povo que frequenta os festivais independentes na frente de 100 mil pessoas não?
Ou talvez daria se os shows no Palco Mundo também começassem mais cedo e funcionando em paralelo ao Palco Sunset.
Mas voltando a Ivete Sangalo, a cantora já esteve nas edições internacionais do Rock in Rio e foi extremamente aplaudida. O mesmo deverá acontecer por aqui nessa sexta-feira até pelo estilo de público que estará marcando presença por lá durante todo o dia.
Lenny Kravitz

Primeiro porque nesses mais de 20 anos de estrada Kravitz já acumulou cancha de palco e hits em quantidades industriais. Além de ser um ótimo instrumentista ele também sempre se cerca de ótimos músicos para suas apresentações ao vivo - já em disco ele prefere dar conta sozinho do recado, ou quase isso.
Lenny Kravitz está com um álbum novo no mercado, o bom "Black and White America" e este será o primeiro show "pra valer" de sua nova turnê, já que até aqui ele só fez datas promocionais em pequenos clubes além de sets curtos abrindo para o U2.
De certo mesmo apenas que o show dele será um dos melhores, senão o melhor, de todo o dia.
Shakira

Shakira já se apresentou no Brasil no começo deste ano, mas como deixou o Rio de fora da turnê seu show com certeza terá sabor de novidade.
A curiosidade agora é saber quais canções ela apresentará no festival. Afinal em julho passado ela anunciou a turnê "Sale el Sol/The Sun Comes Out" estava oficialmente acabada.
Será que veremos um show com repertório repaginado? Difícil responder mas não custa torcer para que ela desta vez cante "Estoy Aquí" que apesar dos pedidos insistentes da plateia não foi executada em sua última passagem por aqui.
Frejat

Dessa vez o guitarrista está se apresentando como artista solo mas é razoável esperar algumas músicas do Barão no repertório, sucessos como "Segredos" e "Amor Pra Recomeçar".
Vale lembrar que mesmo temporariamente separado o Barão está em toda parte neste Rock in Rio. O baterista Guto Goffi pôde ser visto na abertura do festival na Rockstreet, mesmo lugar onde o guitarrista da banda Rodrigo Santos se apresenta nesta sexta-feira.
Além desses vale lembrar de Bebel Gilberto e Sandra de Sá que fizeram na sexta-feira passada show com repertório quase todo em homenagem a Cazuza.
Skank

Como festival não é lugar para invencionices, o mais certo é que Samuel Rosa e cia. invistam num setlist com inúmeros hits desses quase 20 anos de carreira. "Garota Nacional", "Resposta", "Três Lados", "Vou Deixar" e "Tão Seu" e várias outras certamente irão animar bastante o público.
Maná

O problema aqui é que ao contrário da musa colombiana, o Maná não tem muitos hits no Brasil, o que deve dar uma esfriada no público que já terá cantado bastante com as atrações brasileiras que os antecederam.
Talvez o melhor teria sido colocá-los para fazer o segundo show da noite, assim como o Stone Sour que rendeu mais ao se apresentar antes do Capital Inicial.
Tirando esse detalhe o grupo com certeza não terá muito problema para ganhar as 100 mil pessoas presentes com sua boa presença de palco e sucessos como "Vivir Sin Aire" e "Labios Compartidos".
Maroon 5

Os americanos na verdade estavam mais cotados para se apresentar em outro festival brasileiro, o SWU, mas terminaram no Rock in Rio após a desistência de Jay Z.
Discussões de quem é melhor ou pior a parte, o certo é que o som do Maroon 5 cai bem melhor em uma noite encabeçada pelo Coldplay do que os raps do "Senhor Beyoncé".
Por outro lado não deixaria de ser interessante ver a banda se apresentando no mesmo dia que Stevie Wonder, um dos artistas favoritos de Levine e influência direta no pop bem feito da banda que volta ao Brasil para divulgar "Hands All Over" seu terceiro disco de estúdio.
Coldplay

Assim como em 2006 o Coldplay chega ao Brasil às vésperas de um novo lançamento. Mas se daquela vez o público não ouviu nenhuma música nova dessa vez tudo promete ser diferente. Basta dar uma conferida nos set lists dos últimos shows que chegam com uma boa dose de canções do ainda inédito "Mylo Xyloto".
Não que a multidão que estará ali presente para reverenciá-los se preocupe muito com isso. Obviamente a plateia está bem mais afim de ouvir "Yellow", "In My Place", "Fix You" ou "Viva La Vida" do que canções ainda desconhecidas. E é isso e muito mais que os cariocas irão receber em um dos prováveis melhores shows de todo o festival.
Detonautas

Lideradas pelo polêmico Tico Santa Cruz, o Detonautas deve aproveitar os cinquenta minutos a que tem direito no palco principal para tocar seus hits, prováveis covers de algum herói do rock e a vociferar contra tudo e todos (políticos corruptos e "bandas coloridas" seguramente serão lembradas).
Como o grosso do público deve ser formado por jovens um tanto "raivosos" é capaz que o grupo se saia bem em sua empreitada.
Pitty

Com uma boa de dezenas de sucessos na ponta da língua dos jovens na faixa dos 20 anos que deverão ser a maioria neste domingo, a cantora não precisará se esforçar muito para ganhar a aprovação dos milhares de presentes.
Podem apostar também que "Me Adora" sendo berrada pelo público vai ser um dos momentos que as tevês irão exibir inúmeras vezes na hora de mostrar "como foi o último dia do Rock in Rio".
Evanescence

Isso porque dessa vez a banda finalmente terá material novo para mostrar ao seu público. O terceiro álbum do grupo que se chamará simplesmente "Evanescence" finalmente chegará às lojas em outubro, exatos cinco anos após o último lançamento de estúdio.
Por isso os brasileiros podem esperar um show em que músicas inéditas serão salpicadas entre os hits que fizeram a fama da banda.
System Of A Down

Felizmente o grupo está de volta e, a se julgar pelos vídeos vistos no You Tube, em ponto de ebulição.
Na Europa o grupo brindou seu público com setlists gigantescos com 26 músicas. No festival como eles só terão 70 minutos disponíveis eles precisarão cortar drasticamente o repertório.
Por isso, se você é fã mesmo da banda talvez valha a pena encarar o show em São Paulo que rola no sábado. Isso claro, se você tiver disposição e dinheiro de sobra.
Independente disso não tenham dúvidas de que seja no Rio ou em São Paulo esse será um dos shows do ano.
Guns N' Roses

Isso porque não precisamos lembrar que após o esfacelamento da banda original Axl demorou 16 anos para lançar "Chinese Democracy", um disco que definitivamente não emplacou. Muito por culpa do vocalista que não quis fazer clipes, dar entrevistas promocionais ou mesmo fazer grandes turnês com o material novo.
Por isso é fácil prever que os momentos realmente grandiosos se darão com "Sweet Child O' Mine", "Paradise City", "You Could Be Mine" e lógico "Welcome To The Jungle".
Também é bom torcer para que Axl não resolva dar outro chá de cadeira no público brasileiro como aconteceu ano passado ou mesmo no Rock in Rio 2001. Se bem que prevendo isso a organização já colocou no contrato que a banda pagará uma multa pesada caso se atrase para o show.