Nirvana
Nirvana Nirvana
1991 foi um ano chave para a música pop. A última vez em que tantos discos tão bons e importantes saíram em tão pouco tempo foi provavelmente no fim dos anos 70 e é certo dizer que desde então nunma mais o pop viveu um período tão fertil. Do pop mais mainstream até o metal underground muita coisa foi feita naquele ano e hoje lembramos de cinco desses álbuns marcantes.

Metallica letrasO Metallica em 1991
A prova da fertilidade desse período é saber que a lista poderia prosseguir ainda mais . Bastando para isso lembrarmos que "Out Of Time" do REM, "Loveless" do My Bloody Valentine, "Ten" do Pearl Jam, "Bandwagonesque" do Teenage Fanclub os volumes um e dois de "Use Your Illusion" do Guns N' Roses, "The Low End Theory" do A Tribe Called Quest e muitos outros lançados naquele mágico período.





Nirvana
Nirvana Nevermind
Nevermind - Nirvana - Ainda resta algo a falar sobre esse disco após tantos textos e homenagens? Talvez sim. O fato é que nenhuma banda teve tanto impacto desde então. Nevermind chacoalhou todo o cenário pop e isso vai bem além do "tiraram o Michael Jackson do topo da parada". Além de ter trazido o ideal punk para as massas, poucos se lembram que o disco também teve grande impacto no cenário indie/alternativo que passava por forte entressafra e tirou muitos veteranos de sua zona de conforto. Ainda assim é provável que o maior mérito do disco (e da figura de Kurt Cobain) seja o de mesmo após 20 anos, funcionar como uma das mais poderosas portas de entrada para o mundo do rock que uma criança ou adolescente pode querer.




Primal Scream
Primal Scream Screamadelica
Screamdelica - Primal Scream - Bobby Gillespie surgiu no cenário como baterista do Jesus and Mary Chain, não que alguém conseguisse ouvi-lo no meio daquela barulheira. Em 1986 ele os deixou para ser a figura de frente do Primal Scream. Esses começaram fazendo "rock franjinha" e depois entraram numas de se acharem os Rolling Stones, não conseguindo nada além de chacota. Tudo mudou quando Gillespie descobriu a dance music, as drogas psicodélicas e ficou amigo de alguns dos melhores DJs e produtores da praça. Foram esses os fatores responsáveis pelo nascimento desse disco que levou a dance para o mundo do rock e vice versa, em um álbum que ainda soa muito à frente de seu tempo.




U2
U2 Achtung Baby
Achtung Baby - U2 - O U2 terminou a década de 80 como a maior banda do planeta ao mesmo tempo em que boa parte do público e crítica começavam a pegar um enorme bode de Bono e companhia, sentimentos esses potencializados especialmente pelo filme "Rattle and Hum" (e a sua trilha). Não à toa após encerrar um show em 31 de dezembro de 1989 Bono disse que eles iriam dar um tempo e se reinventar. Quando "Achtung Baby" saiu tudo ali soava estranho. O farto uso de programações, as letras bem mais irônicas e o clima fortemente europeu, e não mais americano, que permeava o álbum. O CD repaginou a banda para a nova década, manteve o U2 no topo, e seus ótimos clipes conquistaram mais uma geração de fãs para o grupo.




Metallica
Metallica Black Album
"Black Album" - Metallica - 1991 foi realmente o ano das surpresas. Nenhuma talvez tão grande quanto a ascenção do Metallica ao mainstream. Tudo bem que o quarteto há anos vinha crescendo e conquistando um público que ia bem além dos headbangers, mas aqui eles deram um passo além e tornaram-se um caso único. Claro que para que isso acontecesse, o Metallica precisou polir seu som. As canções se tornaram mais concisas e o produtor Bob Rock foi de grande ajuda na hora de moldar esse novo Metallica. Assim que saiu o "Disco Preto" começou a vender sem parar, ainda que os fãs mais xiitas tenham chiado, falando que o grupo tinha se vendido, a verdade é que essa mudança só fez bem para a banda, e para o rock de um modo geral.




Massive Attack
Massive Attack Blue Lines
Blue Lines - Massive Attack - Aqui esse grupo de Bristol mostrou que a dance music também podia ser profunda, emocionante e ouvida em casa, fora do ambiente dos clubes. O trio apresentou neste álbum sua fusão de soul, dub, hip hop e música ambiental que mais tarde seria chamada de "trip hop" e abriu inúmeros caminhos para quem já fazia e veio a fazer música eletrônica. Com seu farto uso de samples o álbum também foi um dos últimos que puderam se beneficiar da arte de usar trechos de outras gravações sem que pequenas fortunas tivessem que ser pagas por isso. Mesmo sem ter vendido horrores (o CD sequer foi lançado por aqui) ele foi ouvido pelas pessoas certas e suas ideias até hoje reverberam na música pop.