É por isso que esse especial de fevereiro não tem nenhuma mega-estrela do mundo pop. Isso não significa que não haja qualidade aqui. Muito pelo contrário, boa parte desses discos podem, e devem, agradar aos mais diversos públicos enquanto que os artistas que trabalham dentro de nichos, seja heavy, indie ou folk, com certeza fizeram álbuns mais do que decentes ao menos para os fãs desses estilos.
Josh Groban - "All That Echoes"
![Josh Groban](https://www.vagalume.com.br/josh-groban/discografia/all-that-echoes.jpg)
Assim, não é bom nem imaginar o que eles irão falar desse disco que foi produzido por Rob Cavallo que fez seu nome pilotando os discos do Green Day. Não que isso seja novidade - o disco anterior do cantor foi produzido por Rick Rubin (que já trabalhou até com o Slayer).
Na verdade Groban está mais para um cantor pop com influência clássica do que qualquer outra coisa. Basta ver o primeiro single desse álbum. "Josh Groban" faz uso de orquestra e de estrutura de uma peça clássica mas no fundo é uma canção pop grandiosa aos moldes das feitas pelo, digamos, Coldplay.
Groban também merece destaque por ter vários créditos de coautor das canções do álbum e pelo excelente bom gosto na hora de escolher suas covers - aqui ele vai de Stevie Wonder, Jimmy Webb e até The Frames.
Para completar ainda termos participações especiais de
Laura Pausini e do lendário Arturo Sandoval e "All That Echoes" se revela um trabalho que não só irá agradar os fãs como também fazer com que os detratores deixem um pouco de lado a artilharia pesada pra cima dele.
Emeli Sandé - "Live At The Royal Albert Hall"
![Emeli Sandé](https://www.vagalume.com.br/emeli-sande/discografia/live-at-the-royal-albert-hall-9.jpg)
"Live at the Albert Hall" traz a cantora desfilando o repertório de "Our Version of Events", seu disco de estreia, na famosa casa de espetáculos londrina. E mostra principalmente que Emeli tem não só gogó privilegiado como também ótima presença de palco (o disco sai em pacote cd/dvd), o que com certeza contribui para seu sucesso.
Além dos hits, o disco também traz algumas faixas inéditas que estarão em seu segundo álbum de estúdio e uma versão de "I Wish I Knew How It Would Feel To Be Free" de Nina Simone influência confessa dessa cantora que ainda vai dar muito o que falar.
Foals - "Holy Fire"
![Foals](https://www.vagalume.com.br/foals/discografia/holy-fire.jpg)
Não a toa o quinteto chamou Flood e Alan Moulder para produzir o trabalho, afinal a dupla tem experiência nesse tipo de som - Flood já produziu U2 e o Depeche Mode enquanto Moulder já trabalhou com os Foo Fighters e o The Killers.
A Inglaterra já está se rendendo. Por lá esse "Holy Fire" estreou no segundo lugar da parada e a tendência é que o disco siga vendendo bastante pelos próximos meses. Os críticos também aprovaram. Agora é ver se o resto do mundo também vai embarcar na onda.
Vale lembrar que o grupo se apresentará este mês no Brasil dentro do Lollapalooza. Se você estiver por lá, não deixe de conferi-los porque o grupo tem fama de ser bom de palco.
Atoms For Peace - "AMOK"
![Atoms For Peace](https://www.vagalume.com.br/atoms-for-peace/discografia/amok.jpg)
O grupo fez alguns poucos shows e logo debandou, até por conta da agenda carregada de seus integrantes. O "problema" é que a liga entre eles foi boa demais para deixar se perder assim. O quinteto então voltou a se reunir, mas agora como uma banda de verdade, ainda que Thom continue sendo a figura propulsora do projeto.
"AMOK" é, talvez sem muita surpresa, um álbum que segue a linha dos trabalhos recentes do Radiohead.
Ou seja, ele é um disco estranho, com programações eletrônicas tortuosas e melodias que fogem do convencional. Por outro lado o trabalho tem um lado pop que vai se descobrindo após algumas audições. Em resumo "AMOK" pode até ser um disco feito de forma descontraída, mas felizmente ele passa longe da indulgência tão comum a esse tipo de projeto.
Nick Cave And The Bad Seeds - "Push The Sky Away"
![Nick Cave & The Bad Seeds](https://www.vagalume.com.br/nick-cave-the-bad-seeds/discografia/push-the-sky-away.jpg)
"Push The Sky Away" tem mais a ver com o clima triste e melancólico de álbuns como "The Boatman's Call" ou "The Good Son" do que com o lado mais selvagem e rude do cantor que pelo visto agora ficará reservado para o Grinderman - a banda paralela que ele disse que tinha acabado mas já anunciou seu retorno.
"Psuh the Sky Way" tem pouco mais de 40 minutos e apenas nove canções, mas eles valem mais que muitos discos com o dobro dessa duração.
O trabalho mostra que os Bad Seeds continuam como uma das melhores bandas de acompanhamento de toda história do rock e Cave continua não só senhor absoluto na hora de criar baladas de grande classe como também um dos melhores letristas que se tem por aí. Afinal quem mais conseguiria citar Hannah Montana e o bluesman Robert Johnson em uma mesma canção como ele faz em "Higgs Boson Blues"?
Johnny Marr - "The Messenger"
![Johnny Marr](https://www.vagalume.com.br/johnny-marr/discografia/the-messenger.jpg)
Não que o músico tenha passado os últimos 25 anos parado. Até porque nesse tempo ele tocou com um monte de gente, fez parte do Electronic com Bernard Summer do New Order e até, caso raro, se tornou membro temporário de bandas novas e já estabilizadas como em seus períodos como integrante do Modest Mouse e dos Cribs.
Mas parece que agora ele se cansou de ser o eterno acompanhante e resolveu tomar o centro das atenções. A boa notícia é que Marr não decepciona como front man. "The Messenger" óbvio não é um disco revolucionário, mas traz o músico bastante inspirado em uma série de canções de inegável saber indie pop oitentista.
"The Messenger" é um disco simpático, feito de coração e como bem disse um crítico traz o guitarrista dos Smiths ,tocando como o ex-guitarrista dos Smiths e este é um dos melhores sons que se pode querer.
É claro que é difícil não ouvir o disco imaginando como elas soariam com as melodias, letras e voz de Morrissey, seu antigo parceiro de banda. Mas de um modo geral Marr consegue se garantir por conta própria.
My Bloody Valentine - "m b v"
![My Bloody Valentine](https://www.vagalume.com.br/my-bloody-valentine/discografia/m-b-v.jpg)
Claro que em se tratando de Kevin Shields as coisas não foram tão diretas. O álbum foi disponibilizado no site da banda - o que causou a queda do mesmo - e apenas em MP3, um formato longe do ideal no caso deles onde a compressão sonora dos arquivos digitais realmente prejudicam o som.
A pergunta que mais se fez é se a espera por esse "Chinese Democracy" indie valeu a pena.
Bom, primeiro é preciso saber que "Loveless", o último disco da banda de 1991, causou uma pequena revolução quando foi lançado - há até quem diga que o álbum com suas melodias etéreas e paredes e mais paredes de guitarras foi o último álbum realmente original a ser feito em nome do rock.
Para esses talvez o disco decepcione um pouco, já que ele soa como uma continuação natural do disco feito nos anos 90. Quando se sabe que o álbum demorou tanto a sair porque Shields passou esse tempo todo gravando e regravando as canções talvez seja possível entender a decepção desses fãs.
Ao mesmo tempo "m b v" prova que o som da banda realmente é único e absolutamente pessoal. Ou seja, seria muito difícil que a essa altura eles conseguissem fazer algo de tamanho impacto.
Quem não os conhece recomenda-se ouvi-los com calma e atenção. A música do MBV não é exatamente de assimilação imediata e, dada a presença constante de ruídos e vocais sussurrados, pode até mesmo deixar as pessoas ao seu redor meio enervadas. Mas vale a pena perder alguns minutos de seu dia na companhia do álbum (e também dos outros trabalhos da banda). Eles ainda soam bem diferente de quase tudo que se ouve/ouviu por aí.
Eels - "Wonderful, Glorious"
![Eels](https://www.vagalume.com.br/eels/discografia/wonderful-glorious.jpg)
Em seu décimo lançamento Everett mostra que sua verve ainda segue afiada e faz mais um disco que desde já se candidata a um dos melhores deste ano.
O álbum é especialmente recomendado para quem gosta de rock alternativo à moda antiga e que busca algo além de mero entretenimento quando vai ouvir um disco. Pra quem já conhece e gosta, vale lembrar que o cd também saiu em uma edição de luxo com treze faixas a mais entre inéditas de estúdio e músicas ao vivo.
Jim James - "Regions of Light and Sound of God"
![Jim James](https://www.vagalume.com.br/jim-james/discografia/regions-of-light-and-sound-of-god.jpg)
Em "Regions..." James continua fã do rock americano de raíz das décadas de 60 e 70, mas o som aqui é mais simples e menos expansivo que o praticado pela sua banda. A voz em falsete que remete a Neil Young e mesmo Wayne Coyne do Flaming Lips continua lá, mas dessa vez sem tanto uso de efeitos de eco, o que para alguns ouvintes pode ser uma vantagem.
Bastante elogiado pela crítica estrangeira, esse é daqueles discos simpáticos e que se ouve de cabo a rabo sem pular nenhuma faixa. Para quem não conhece vale escutar e caso curta depois ir atrás dos álbuns do My Morning Jacket, todos eles no mínimo dignos de atenção.
Matthew E. White - "Big Inner"
![Matthew E. White](https://www.vagalume.com.br/matthew-e-white/discografia/big-inner.jpg)
O som de Matthew é calmo e sua voz raramente vai além de um sussurro, mas o disco está longe de causar bocejos. Isso porque ele é bastante talentoso.
Em sua música há muita influência de soul music, do som de bandas americanas do fim dos anos 60 e até de Jorge Ben - tanto que o nosso "Babulina" ganhou crédito de coautor em "Brazos" pelo uso de um trecho de "Brother" em sua composição.
White mais do que um músico é um empreendedor. Como dono da "Spacebomb Records" que funciona como selo e estúdio, ele ambiciona fazer de lá um lugar onde artistas possam gravar fazendo uso da sua produção e da "banda da casa" e fazerem muito sucesso - como era comum nos anos 60.
Esse disco nasceu na verdade como uma espécie de comercial para o seu local de trabalho, de forma a mostrar o que se pode conseguir ao gravar por lá. O que talvez ele não esperasse é que ele fosse chamar tanta atenção. Agora é ver como ele vai se virar com esse "problema".
Buckcherry - "Confessions"
![Buckcherry](https://www.vagalume.com.br/buckcherry/discografia/confessions-11.jpg)
"Confessions" traz uma série de músicas fortes e mostra a banda mais amadurecida, preocupada em criar boas melodias e não só em engatar um riff atrás do outro. O trabalho é daqueles que provavelmente ficará restrito ao fã clube da banda e gente que curte hard rock à moda antiga, mas pelo menos esses não terão do que reclamar.
Bullet For My Valentine - "Temper Temper"
![Bullet For My Valentine](https://www.vagalume.com.br/bullet-for-my-valentine/discografia/temper-temper.jpg)
A fórmula não agrada muito aos críticos - a maioria deles não foi lá muito benevolente com o álbum - mas costuma agradar o público da banda que é bastante numeroso, inclusive aqui no Brasil. Se você faz parte desse grupo provavelmente não irá se decepcionar com este "Temper Temper", um disco pesado, bem produzido e feito com muita raça.
Stratovarius - "Nemesis"
![Stratovarius](https://www.vagalume.com.br/stratovarius/discografia/nemesis.jpg)
"Nemesis" é o décimo-quarto álbum dos finlandeses e traz Timo Kotipelto e Matias Kupiainen em grande forma em canções fortes, complexas e com o tradicional clima épico que tanto os caracteriza. A banda até cogitou gravar o disco ao lado de uma orquestra, mas a ideia acabou abandonada. A escolha acaba se mostrando acertada, já que dessa forma mais simples as canções acabam ganhando muito mais força, peso e ataque, algo que deve beneficiá-las ainda mais quando chegar o momento delas serem apresentadas ao vivo.
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