Tom Odell - Long Way Down
Esse jovem de 22 anos experimentou várias emoções na última semana. A pior delas certamente foi a de ver esse disco receber uma bela nota zero do por vezes cruel semanário britânico NME.
O crítico realmente ficou ofendido com o disco do garoto e não titubeou em considerá-lo a coisa mais insuportável que iremos ouvir em 2013. O que Odell talvez não esperasse é que seu pai fosse ler a resenha e escrever revoltado para a publicação. O resultado disso? Mais brincadeiras de mau gosto por parte dos jornalistas.
Odell provavelmente nem deve ter ligado tanto, já que boa parte das outras resenhas, especialmente as feitas pelas revistas mais "adultas", tipo Mojo, Q e Uncut, foram bem mais positivas ao seu trabalho, ainda que tenham feito lá suas ressalvas.
Finalmente, na segunda-feira o cantor recebeu a notícia de que seu álbum havia estreado direto no topo da parada britânica, garantindo que pelo menos o apoio do público, que no final das contas é o que importa, ele havia conquistado.
O mais engraçado é ver que o jornalista do NME ficou irritado exatamente com as características do cantor que cativaram o público.
É fato que Tom trabalha numa área que parece já estar sobrecarregada, a de cantores e compositores especializados em baladas confessionais (feitas ao piano, no caso dele) com boas melodias e arranjos ora simples, ora grandiloquentes. Mas também é inegável que, para fazer isso, ele é muito talentoso. Se esse tipo de música costuma emocionar você, pode ouvir sem medo. Já quem gosta de coisas mais radicais ou inovadoras certamente não verá muita graça no trabalho.
Ouça "Another Love" com Tom Odell, presente no álbum "Long Way Down":
CSS - Planta
Outro grupo que também andou sofrendo um pouco nas mãos dos críticos britânicos foi o brasileiro CSS.
Verdade seja dita, o caso de amor entre a imprensa inglesa e o grupo brasileiro "entrou em crise" em 2008, quando o segundo álbum do grupo saiu e desde então a relação entre eles nunca mais foi a mesma.
Este "Planta" nasceu depois da turbulência gerada pela saída de Adriano Cintra, que produzia e compunha o material do grupo.
Ou seja, ele não era um elemento de fácil substituição. Sob esse prisma, o disco merece ser visto no mínimo como um ato corajoso. As quatro garotas se dispuseram a continuar com o grupo e, de quebra, contaram com o badalado David Sitek (do TV On The Radio) pilotando as sessões de gravação.
Divulgação
É quase certo que "Planta" não irá angariar novos fãs para o grupo, e possivelmente não trará de volta quem os ouviu em 2006/2007, no auge do hype, e depois progressivamente os abandonou. Por outro lado, quem nunca deixou de curtir o som debochado do grupo não tem razões para não seguir curtindo as garotas. O rock com toques de new wave, tecnopop e letras galhofeiras ainda está aqui e o disco tem lá seus momentos.Em resumo, dê uma chance ao CSS antes de fazer coro ao jornalista da revista britânica Q, que em sua resenha disse que era difícil não ficar com a sensação de que o tempo da banda já tinha passado.
Ouça "Hangover" com o CSS, presente no álbum "Planta":
City And Colour - The Hurry And The Harm
O City And Colour até há pouco era apenas o "projeto folk do cara do Alexonfire", uma banda canadense que fazia um pós-hardcore nada sutil. Agora que a banda acabou, Dallas Green pelo visto irá focar toda a sua energia no antigo trabalho alternativo.
E é preciso dizer que a escolha é mais do que acertada, porque esse álbum, que está saindo agora no Brasil vai Deck, é muito interessante. Antes de mais nada, é preciso dizer que de folk ele tem muito pouco ou nada. A especialidade de Green aqui está em compor canções pop de belas melodias e claro acento indie.
Algumas canções têm formato mais acústico, mas, de forma geral, o que se ouve é um disco com belas baladas feitas por um compositor que parece estar chegando no seu auge. Para quem não conhece, vale muito a pena escutar.
Ouça "Of Space and Time" com o City And Colour, do álbum "The Hurry And The Harm":
Skillet - Rise
Uma das surpresas na parada da Billboard desta semana foi o quarto lugar conquistado por este que já é o nono álbum desta banda. O Skillet é o caso raro de banda de rock cristão que também atinge o público "não convertido". E eles conseguem isso por um motivo bem simples: o quarteto se preocupa sim em passar mensagens em suas letras, mas faz isso de forma "inclusiva" (ou seja, que pode ser apreciada por qualquer tipo de ouvinte) e sem nunca deixar de se preocupar com a música. Esta, diga-se, continua pesada e impactante, especialmente para quem é fã do rock americano mais pesado contemporâneo.
Confira "Rise" com o Skillet, presente no álbum "Rise":
Chic - The Chic Organization - Up All Night (The Greatest Hits)
Esse espaço não costuma dedicar espaço para coletâneas e relançamentos. Mas, nesse caso, vale a pena abrir uma exceção, até porque o som do Chic está muito em voga atualmente por conta de "Get Lucky", do Daft Punk. Nesta música, a dupla francesa presta uma grande homenagem ao som do Chic, com direito a presença de Nile Rodgers, o guitarrista da banda
O Chic conseguiu algo praticamente impossível nos anos 70: ser uma banda de disco music e ao mesmo tempo ter credibilidade com músicos, mídia e mesmo o público roqueiro.
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Isso aconteceu porque os cérebros do projeto, Rodgers e o baixista Bernard Edwards, eram não só músicos exímios, mas também grandes compositores e produtores.O sucesso era tanto que eles também passaram a trabalhar com outros artistas que estavam em busca do toque de Midas da dupla.
Assim nascia a "Chic Organization", que criou sucessos para nomes como Diana Ross, Sister Sledge ou Sheila B. Devotion. Essa compilação dupla junta então não só os sucessos do Chic, como boa parte desse material composto e produzido por eles para outros artistas. Obrigatório é pouco.
Ouça "Good Times" com o Chic, presente no álbum "Up All Night (The Greatest Hits)":