Eminem - The Marshall Mathers LP 2
Eminem
Eminem The Marshall Mathers LP 2
Antes de mais nada é preciso dizer o óbvio: o talento de Eminem com as palavras beira o inacreditável. Podemos até falar sem exagero que ele é uma espécie de Jimi Hendrix do flow. Não a toa ele tem tamanho apelo comercial, afinal a sua destreza cativa mesmo quem não gosta muito de rap.

O problema talvez seja apenas em ver como ele usa esse seu talento. Mais de um crítico reclamou, e não sem razão, da misoginia e homofobia que permeiam muitas das letras do rapper.

Ainda que Eminem fale que suas canções apesar de serem escritas em primeira pessoa, não representam o seu ponto de vista, vamos falar que letras como a de "Love Game (Feat. Kendrick Lamar)" - onde ele, entre outras coisas, "bate com a cabeça da 'bitch' no asfalto até ele ceder" - são um pouco difíceis de engolir.

Eminem
Enfim, se o ouvinte passar por cima disso, ou simplesmente não for proficiente na língua inglesa, o que fica é um discaço, que não faz feio perto do primeiro "Marshall Mathers" - um dos grandes álbuns dos últimos 20 anos em qualquer gênero. E isso se deve não só ao artista principal, mas também à produção excelente, que cria bases épicas, pesadas e de força incrível.

Mas talvez a canção que realmente mostra como o rapper é brilhante no que faz seja "Rhyme Or Reason". Nessa faixa ele basicamente reescreve o clássico da psicodelia sessentista "Time Of The Season" dos Zombies. O resultado final arrancou elogios do próprio Rod Argent, o autor da canção original.

A estreia de "The Marshall Mathers LP 2" no topo das paradas americana e britânica já é mais do que certa. Nos EUA a aposta é a de que ele possa vender até 750 mil cópias até a próxima segunda. Caso esse resultado se concretize, será dele a segunda maior venda em uma só semana de 2013 - ficando atrás apenas de Justin Timberlake e as 968 mil cópias vendidas de "The 20/20 Experience" no primeiro semestre.

Ouça "Berzerk com Eminem, presente no álbum "The Marshall Mathers LP 2"





Linkin Park - Recharged
Linkin Park
Linkin Park Recharged
Esse álbum serve principalmente para os fãs do Linkin Park terem algo novo para ouvir enquanto o novo disco deles não sai e Chester Bennington se diverte como vocalista dos Stone Temple Pilots.

Recharged é o segundo disco de remixes do grupo e traz basicamente novas versões para músicas de "Living Things", lançado no ano passado, ao lado de algumas novidades - como "A Light That Never Comes (Feat. Steve Aoki)".

Além de Aoki, produtores como Money Mark e Rick Rubin, também dão as caras no trabalho.

A questão agora é saber como os fãs da banda irão receber essas versões em formato "EDM" das canções do grupo e, principalmente, se quem gosta de música eletrônica e dance music, irão embarcar na viagem proposta pela banda.

Ouça "A Light That Never Comes (Feat. Steve Aoki)" presente no álbum "Recharged"





Avril Lavigne - Avril Lavigne
Avril Lavigne
Avril Lavigne Avril Lavigne
A impressão que se tem ao ouvir as primeiras faixas desse disco é a de que Avril ainda é a garota de 18 anos que tomou conta do mundo pop no início da década passada e não uma mulher à beira dos 30 anos. Isso não é necessariamente algo ruim, afinal nem tudo mundo é obrigado a "amadurecer" artisticamente para fazer bons discos.

De qualquer forma, quem continuar ouvindo o álbum vai encontrar várias faixas mais densas e com maior carga emocional. Mas no final o que fica do álbum é realmente a faceta mais pop e irônica da cantora.

Se você é fã dos discos anteriores dela, certamente já ouviu e curtiu boa parte das músicas desse quinto álbum da artista. Quem não a acompanha com afinco, mas gosta de pop radiofônico, bem feito e desencanado, também pode dar uma chance ao álbum. "Avril Lavigne" tem vários hits em potencial só esperando para tocarem muito.

Ouça "Rock N Roll" com Avril Lavigne, presente em seu álbum homônimo






Jota Quest - Funky Funky Boom Boom
Jota Quest
Jota Quest Funky Funky Boom Boom
Quem está de volta, depois de muito tempo sem lançar álbum novo, são os mineiros do Jota Quest. Depois de mais de 15 anos de estrada, o grupo continua fazendo o seu pop dançante e levemente funkeado que agrada e afasta quase que na mesma medida.

Se você está entre os fãs do grupo, provavelmente irá gostar dessas novas canções. Afinal a competência técnica deles nunca foi questionada e há sempre a garantia de um disco competente e bem equilibrado entre faixas dançantes e baladas radiofônicas.

Jota Quest
Jota Quest (Foto: Wesley Allen / I Hate Flash)
Quem nunca gostou dos caras, provavelmente não irá mudar agora de opinião. Mas para esses vale dizer que o quinteto ousou bem mais aqui do que o esperado.

Basta ver que algumas faixas foram produzidas pelo ex-Cansei De Ser Sexy Adriano Cintra, enquanto o grosso do trabalho ficou nas mãos
de Jerry Barnes - baixista da atual formação do mítico Chic.

Por falar nessa clássica banda, quem também tem participação especialíssima no disco é um de seus fundadores, o lendário Nile Rodgers. O guitarrista adiciona o seu toque - o mesmo que abrilhantou "Get Lucky" do Daft Punk - a duas canções do álbum, incluindo o primeiro single "Mandou Bem".

Ouça "Mandou Bem com o Jota Quest, do álbum "Funky Funky Boom Boom"