Shakira - Shakira

Sim, porque ao contrário de outras partes do planeta, onde ela reina e tem um nível de sucesso até maior que o de suas maiores concorrentes, nos EUA ela andou perdendo boa parte de seu terreno.
Basta dizer que "She Wolf", seu último disco voltado para o público que fala inglês, vendeu apenas 380 mil cópias na América.
Ainda que a cifra esteja longe de ser desprezível, o número é baixo para quem um dia passou das 3 milhões e 500 mil cópias por lá. Para reverter a situação Shakira cercou-se de produtores do primeiro time (Dr. Luke, Busbee, Cirkut...) e chamou alguns "colegas de trabalho" como Rihanna e Blake Shelton para fazerem participações especiais.
Apesar disso, o álbum surpreendentemente não soa como um mero produto - aquele disco que mais parece um apanhado aleatório de singles que poderiam ter sido gravados por qualquer pessoa. E o grande mérito disso vai para a cantora, que demonstra ter personalidade e um estilo que lhe é único.

O disco tem reggae, baladas, rock de arena, faixas épicas ao melhor estilo U2 e Coldplay e músicas dançantes. Tudo muito bem composto, cantado e produzido e sem deixar de lado o tempero latino que diferencia Shakira das outras cantoras do primeiro time.
Se vai vender o tanto que se espera, ainda é cedo para dizer. Mas, por ora Shakira ao menos pode dormir sossegada sabendo que entregou para os seus fãs um disco mais do que digno.
Ouça "Can't Remember To Forget You" com Shakira do álbum honônimo da cantora
Fernanda Takai -

Isso não quer dizer que o disco tenha apenas composições próprias. Apesar de contar com algumas canções escritas ou co-escritas por ela, a maior parte das faixas aqui são regravações de músicas que, tudo leva a crer, significam muito para Fernanda. O disco então funciona quase que como um diário da artista.

O mesmo raciocínio vale para as versões de músicas de Benito Di Paula ou Reginaldo Rossi. Todas feitas com amor e com ótimas sacadas na produção - "A Pobreza (Paixão Proibida)", o velho hit de Leno e Lilian ganhou arranjo à la Ennio Morricone e a já citada "Amar Como Jesus Amou (Part. Padre Fábio de Melo)" é construída em cima dos sons dos jogos de videogame.
Entre as inéditas, o destaque maior vai para "", delicada parceria da cantora com Pitty que fica entre a jovem guarda e o romantismo dos anos 70.
Igualmente boa é a participação de Samuel Rosa do Skank na versão de "Heal The Pain" de George Michael que se transformou em "Pra Curar Essa Dor". "Pato Fu - que, ela promete, mostrará mais o seu lado compositora.
Ouça "Pra Curar Essa Dor" com Fernanda Takai do álbum "
George Michael - Symphonica

O que ninguém imaginava é que, nos anos seguintes, o cantor iria abrir mão de sua posição de galã ao assumir publicamente sua homossexualidade e que deixaria de lado o pop radiofônico para lançar álbuns intimistas ou dedicados a standards do jazz.
George Michael também adquiriu o hábito de manter-se por longos períodos longe dos palcos e estúdios - o que também aumenta o apetite de seus fãs. verdade seja dita, dessa vez o afastamento também se deu por razões pessoais. Em 2011 cantor foi vítima de uma grave pneumonia, que por pouco não lhe foi fatal.

O repertório passa longe do tradicional apanhado de sucessos. Entre as canções presentes, poucas são de autoria do cantor, e mesmo entre essas os megahits são poucos.
O grosso do álbum é formado por versões de standards do jazz e por covers de músicas de artistas como Elton John e Rufus Wainwright. O disco também entra para a história como o último feito pelo lendário produtor e engenheiro de som Phil Ramone, morto em março do ano passado.
Mesmo sendo um álbum "difícil", "Symphonica" é um trabalho que merece ser ouvido com a máxima atenção. Ao menos os britânicos parecem disposto a fazê-lo, já que o álbum estreou no topo da parada de lá.
Ouça "Let Her Down Easy" com George Michael, presente no álbum "Symphonica"