Projota é um dos melhores e mais talentosos rappers da nova geração. Depois de fazer grande sucesso com suas mixtapes e apresentações ao vivo, ele agora está lançando seu primeiro disco "de verdade". Nesse bate papo exclusivo ele fala, entre outras coisas, sobre "Foco, Força e Fé" e também sobre o ótimo momento pelo qual o rap brasileiro passa.
Esse é o seu primeiro disco oficial. Qual o maior diferencial dele para as suas mixtapes anteriores?
Acredito que seja a possibilidade de chamar os mais variados e selecionados músicos para tocar cada instrumento necessário. Isso e poder contar com uma produção mais apurada e com certeza, a distribuição, que agora é feita através da gravadora.
O fato dele estar saindo por uma grande gravadora certamente permitiu que você fizesse coisas que não conseguiria no formato independente, não?
Com certeza, ter a possibilidade de chamar especialistas para tocar, foi surreal.
Temos arranjos de sopros e cordas orquestrados pelo maestro Maycon Ananias, que já trabalhou até com a Norah Jones, e esse tipo de coisa vale muito ser ressaltado. O disco foi masterizado em New York pelo mesmo cara que masteriza os discos do Jay Z, esses são alguns exemplos de coisas que pudemos fazer agora.
O disco traz várias participações especiais. Como elas surgiram? Com as músicas prontas você sentiu que tal convidado se encaixaria na faixa ou foi um processo diferente?
Cada música é uma música. O Dado Villa Lobos foi uma aposta que fizemos e tivemos a honra de receber um sim dele.
No caso da Negra Li, realmente a música pediu pela voz dela aos 45 minutos do segundo tempo. Já o Marcelo D2, eu já sabia que participaria do disco desde antes de começar a produção.
Teve alguém que você quis chamar, ou chamou, para participar, mas acabou não rolando?
Eu quis muito ter o Falcão do Rappa no disco mas não deu tempo de fazer essa conexão. Sonho em realizar isso mais pra frente, seria uma grande honra.
O disco tem faixas mais pesadas e outras com levada mais pop. Existe uma preocupação em não se prender a um só estilo? E você precisa lidar com aqueles fãs mais radicais que ficam incomodados com essa faceta mais popular do seu trabalho?
Mas é algo que faz parte da vida. Fazer suas escolhas e aprender a lidar com elas. Encaro isso com a maior naturalidade do mundo, sendo mais um mortal que jamais irá agradar à todos Essa mescla, apenas retrata como é meu trabalho, o que também reflete meu gosto musical, sou bastante eclético, e tenho um gosto bastante popular. Eu prefiro apenas fazer música, e o que acontecer será uma consequência, a qual não tenho poder de controlar.
E como é ter vencido não só no mundo do rap, mas também se tornar conhecido no mainstream? Por que você acha que seu trabalho conseguiu atingir um público tão eclético?
Agradeço a Deus todos os dias por isso, pois realizei praticamente todos os meus sonhos, sou um homem realizado e atingi sucesso profissional, fazendo aquilo que eu amo. Isso não tem preço. Acredito que eu falo de forma simples.
A minha música conversa com o povo, dialoga com as pessoas e reflete seus pensamentos, o pensamento de muitas pessoas. Isso gera um grande público, tudo fluindo naturalmente pela bênção que recebi de poder viver da minha arte. É preciso manter os pés no chão e saber que é uma jornada, e a vida que te eleva, pode te derrubar se você se perder.
Existem várias histórias de shows seus em São Paulo, especialmente nos SESCs, que ultrapassaram, e muito, as melhores expectativas de público. Como foi perceber que de repente você tinha uma audiência muito maior do que se podia imaginar?
Exatamente. Isso é algo que sempre ocorre com a gente. No Sesc Pompeia eles esperavam com muito suor que lotássemos a casa com 800 pessoas, e de fato a casa lotou e ficaram quase 1500 pessoas pra fora. No Sesc Interlagos esperavam 3 mil pessoas e colocamos 16 mil pessoas. No CCJ Vila Nova Cachoeirinha, esperavam 5 mil e foram 18 mil pessoas. E a história se repete.
Isso acontece porque ao longo da minha carreira não fui apontado como fenômeno, tive poucas aparições na mídia, e quando aparecíamos como desconhecidos, acabávamos surpreendendo, pois de forma independente através da internet o meu trabalho foi tomando cada vez mais força, de forma quase incontável.
Esse final de ano a cena brasileira está sendo marcada por vários lançamentos de peso. Além do seu disco, temos o do Criolo e também a chegada do álbum dos Racionais. Como você enxerga a cena atual do nosso hip hop? Quem mais você acha que merece destaque?
Me sinto tão pequeno, quando citam os Racionais MC's, acredito que pelo respeito e admiração que carrego por eles e tantos nomes. Sou honrado à vida por ser contemporâneo de um gênio como meu mestre e amigo Criolo.
É um momento especial que estamos vivendo e ele tem tudo pra abrir muitas portas. Acho que Emicida, Karol Conka, Rashid, Haikais e o Cone Crew Diretoria, entre outros, merecem destaque.
Que sons você anda ouvindo no momento? Fale também de suas maiores influências.
Tenho ouvido Kendrick Lamar, e agora que saiu o disco dos Racionais só vou ouvir isso por vários meses! (Risos). Minhas influências passeiam do rap ao rock, atravessando o samba e a MPB, principalmente, mas eu escuto um pouco de tudo.
Para encerrar, escolha uma música do álbum que você acha que representa bem o trabalho e fale um pouco sobre ela.
Escolho "O Homem Que Não Tinha Nada (part. Negra Li)", acho que ela reflete a cruel realidade das nossas periferias, que há anos já atravessa a barreira e agora atinge também as classes melhores favorecidas. A música consegue evidenciar, tanto a questão da pobreza, como as drogas, e a insatisfação do povo com a atual situação da nossa sociedade.
Ouça "O Homem Que Não Tinha Nada (part. Negra Li)"
Esse é o seu primeiro disco oficial. Qual o maior diferencial dele para as suas mixtapes anteriores?
Acredito que seja a possibilidade de chamar os mais variados e selecionados músicos para tocar cada instrumento necessário. Isso e poder contar com uma produção mais apurada e com certeza, a distribuição, que agora é feita através da gravadora.
O fato dele estar saindo por uma grande gravadora certamente permitiu que você fizesse coisas que não conseguiria no formato independente, não?
Com certeza, ter a possibilidade de chamar especialistas para tocar, foi surreal.
Temos arranjos de sopros e cordas orquestrados pelo maestro Maycon Ananias, que já trabalhou até com a Norah Jones, e esse tipo de coisa vale muito ser ressaltado. O disco foi masterizado em New York pelo mesmo cara que masteriza os discos do Jay Z, esses são alguns exemplos de coisas que pudemos fazer agora.
O disco traz várias participações especiais. Como elas surgiram? Com as músicas prontas você sentiu que tal convidado se encaixaria na faixa ou foi um processo diferente?
Cada música é uma música. O Dado Villa Lobos foi uma aposta que fizemos e tivemos a honra de receber um sim dele.
No caso da Negra Li, realmente a música pediu pela voz dela aos 45 minutos do segundo tempo. Já o Marcelo D2, eu já sabia que participaria do disco desde antes de começar a produção.
Teve alguém que você quis chamar, ou chamou, para participar, mas acabou não rolando?
Eu quis muito ter o Falcão do Rappa no disco mas não deu tempo de fazer essa conexão. Sonho em realizar isso mais pra frente, seria uma grande honra.
O disco tem faixas mais pesadas e outras com levada mais pop. Existe uma preocupação em não se prender a um só estilo? E você precisa lidar com aqueles fãs mais radicais que ficam incomodados com essa faceta mais popular do seu trabalho?
Mas é algo que faz parte da vida. Fazer suas escolhas e aprender a lidar com elas. Encaro isso com a maior naturalidade do mundo, sendo mais um mortal que jamais irá agradar à todos Essa mescla, apenas retrata como é meu trabalho, o que também reflete meu gosto musical, sou bastante eclético, e tenho um gosto bastante popular. Eu prefiro apenas fazer música, e o que acontecer será uma consequência, a qual não tenho poder de controlar.
E como é ter vencido não só no mundo do rap, mas também se tornar conhecido no mainstream? Por que você acha que seu trabalho conseguiu atingir um público tão eclético?
Agradeço a Deus todos os dias por isso, pois realizei praticamente todos os meus sonhos, sou um homem realizado e atingi sucesso profissional, fazendo aquilo que eu amo. Isso não tem preço. Acredito que eu falo de forma simples.
A minha música conversa com o povo, dialoga com as pessoas e reflete seus pensamentos, o pensamento de muitas pessoas. Isso gera um grande público, tudo fluindo naturalmente pela bênção que recebi de poder viver da minha arte. É preciso manter os pés no chão e saber que é uma jornada, e a vida que te eleva, pode te derrubar se você se perder.
Existem várias histórias de shows seus em São Paulo, especialmente nos SESCs, que ultrapassaram, e muito, as melhores expectativas de público. Como foi perceber que de repente você tinha uma audiência muito maior do que se podia imaginar?
Exatamente. Isso é algo que sempre ocorre com a gente. No Sesc Pompeia eles esperavam com muito suor que lotássemos a casa com 800 pessoas, e de fato a casa lotou e ficaram quase 1500 pessoas pra fora. No Sesc Interlagos esperavam 3 mil pessoas e colocamos 16 mil pessoas. No CCJ Vila Nova Cachoeirinha, esperavam 5 mil e foram 18 mil pessoas. E a história se repete.
Isso acontece porque ao longo da minha carreira não fui apontado como fenômeno, tive poucas aparições na mídia, e quando aparecíamos como desconhecidos, acabávamos surpreendendo, pois de forma independente através da internet o meu trabalho foi tomando cada vez mais força, de forma quase incontável.
Esse final de ano a cena brasileira está sendo marcada por vários lançamentos de peso. Além do seu disco, temos o do Criolo e também a chegada do álbum dos Racionais. Como você enxerga a cena atual do nosso hip hop? Quem mais você acha que merece destaque?
Me sinto tão pequeno, quando citam os Racionais MC's, acredito que pelo respeito e admiração que carrego por eles e tantos nomes. Sou honrado à vida por ser contemporâneo de um gênio como meu mestre e amigo Criolo.
É um momento especial que estamos vivendo e ele tem tudo pra abrir muitas portas. Acho que Emicida, Karol Conka, Rashid, Haikais e o Cone Crew Diretoria, entre outros, merecem destaque.
Que sons você anda ouvindo no momento? Fale também de suas maiores influências.
Tenho ouvido Kendrick Lamar, e agora que saiu o disco dos Racionais só vou ouvir isso por vários meses! (Risos). Minhas influências passeiam do rap ao rock, atravessando o samba e a MPB, principalmente, mas eu escuto um pouco de tudo.
Para encerrar, escolha uma música do álbum que você acha que representa bem o trabalho e fale um pouco sobre ela.
Escolho "O Homem Que Não Tinha Nada (part. Negra Li)", acho que ela reflete a cruel realidade das nossas periferias, que há anos já atravessa a barreira e agora atinge também as classes melhores favorecidas. A música consegue evidenciar, tanto a questão da pobreza, como as drogas, e a insatisfação do povo com a atual situação da nossa sociedade.
Ouça "O Homem Que Não Tinha Nada (part. Negra Li)"