AC/DC - Rock Or Bust
Malcolm, seriamente doente, teve que abandonar a banda. Sofrendo com demência, as informações sobre seu real estado de saúde são poucas, mas sabe-se que ele está recebendo tratamento em uma casa de repouso.
Apesar do cenário triste e nada animador, o guitarrista, e irmão de Malcolm, Angus Young decidiu seguir em frente. Para o lugar de Malcolm foi chamado Stevie Young, sobrinho da dupla de guitarristas, que já havia substituído o tio em uma turnê no final dos anos 80.
Dito isso, a presença de Malcolm ainda é forte em "Rock Or Bust", o primeiro disco do grupo em seis anos. Todas as canções são creditadas a ele e Angus, ainda que não se saiba exatamente qual foi o grau de envolvimento dele nessas composições que, segundo Angus, nasceram a partir de trechos de canções e riffs criados nos últimos anos.

"Rock or Bust" traz as tradicionais letras sacanas, os refrãos poderosos para cantar junto e os riffs ultra básicos que tanto fazem a alegria dos fãs. A se notar também uma influência bem maior do Led Zeppelin em certas faixas - vide "Got Some Rock & Roll Thunder".
Chama a atenção também ver como a voz de Brian Johnson anda mais grave e rouca do que o normal. O fato é que em seu primeiro teste de fogo, o AC/DC passou com louvor. Agora é ver como eles se sairão na outra tarefa: as apresentações ao vivo. É quase certo que eles cairão na estrada no ano que vem para mais uma série de shows em estádios e festivais.
Também pelo andar da carruagem, eles terão que conseguir um novo baterista, já que Phil Rudd anda pra lá de encrencado com a justiça e seu futuro no grupo é pra lá de incerto. Mas, a mensagem que o AC/DC passa aqui é a de que nada pode pará-los - ao menos enquanto ao menos um irmão Young puder estar no controle. E, pelo visto, assim será.
Ouça "Play Ball" com o AC/DC presente no álbum "Rock Or Bust"
John Grant - John Grant and The BBC Philharmonic Orchestra

Um dos discos mais belos dos últimos tempos, ele é daqueles trabalhos pelo qual é difícil não se apaixonar. Tanto que ele deverá ser lembrado como um dos melhores álbuns da década, graças às suas melodias fortes, os ótimos arranjos e à bela voz de barítono do cantor.
Desde então, Grant lançou o igualmente bom, "Pale Green Ghosts" com suas incursões pela música eletrônica no ano passado e, esse o lado ruim da história, descobriu-se HIV Positivo - ele deu a notícia em pleno palco, para estupefação da audiência.
Se você ainda não travou conhecimento com a obra de Grant, esse disco é uma ótima porta de entrada. Gravado ao vivo com a Filarmônica da BBC, ele traz faixas de seus dois álbuns de estúdio e uma nova versão de "Drug", da época dos Czars - que aliás também estão sendo relembrados esse mês com uma coletânea bem completa.
Ouça "Marz" presente em "John Grant and The BBC Philharmonic Orchestra"
Pixies - Doolittle 25

Para quem tem alguma dúvida, é sempre bom lembrar que Kurt Cobain disse que "Smells Like Teen Spirit" nada mais era que a tentativa do Nirvana de copiar a dinâmica "alto-calmo-alto" típica dos Pixies.
Essa edição de luxo do álbum está sendo lançada para marcar os 25 anos de seu lançamento e tem três CDs. O primeiro traz o álbum original, que continua brilhante mesmo depois de todos esses anos e depois de ter sido muito imitado. Já segundo disco junta os lados B dos compactos da época e as duas sessões que o grupo fez para o programa de John Peel na BBC.

Essa nova edição acaba se mostrando imprescindível. Para quem nunca ouviu o disco, ou só o conhece por alto, e curte o indie rock e o rock alternativo, ele funciona como uma espécie de aula de história uma aula bastante intensa e divertida, diga-se. Para quem já ouviu o disco até furar, o pacote vale principalmente pelas demos - já que as Peel Sessions e os B-sides já haviam sido coletadas anteriormente - afinal elas permitem ouvir todas as canções do disco de uma nova maneira.
Essas versões também são indicadas para quem tem uma banda e quer entender como um produtor e as técnicas de estúdio podem melhorar, e muito, o material original.
Ouça "Monkey Gone To Heaven" com os Pixies, presente no álbum "Doolittle 25"
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