The Prodigy - The Day Is My Enemy
A razão para esse sucesso contínuo não está só no fato das pessoas sentirem saudade dos anos 90, quando o Prodigy reinou com sua mistura explosiva de eletrônica e som pesado, mas porque o grupo mantém sua competência.
O fato deles estarem espaçando cada vez mais os lançamentos, também ajuda a criar um clima de expectativa a cada trabalho - dessa vez foram seis anos de espera.
![The Prodigy](https://www.vagalume.com.br/prodigy/images/88074.jpg)
Isso não significa que eles tenham apenas requentado as velhas fórmulas. O disco soa suficientemente contemporâneo e tem vários momentos de brilho para justificar a sua existência - ainda que ouvi-lo na íntegra seja um tanto cansativo para ouvidos menos acostumados.
De qualquer forma, basta ouvir faixas como o single "Nasty" ou a matadora "Ibiza" - uma cacetada feita em parceria com a dupla sensação Sleaford Mods - que desanca todos os DJs superstars que parecem entender cada vez menos de seu ofício, para ver que o Prodigy ainda faz sentido, mesmo com mais de duas décadas de estrada.
Ouça "Nasty" com o The Prodigy presente no álbum "The Day Is My Enemy"
Brian Wilson - No Pier Pressure
![Brian Wilson](https://www.vagalume.com.br/brian-wilson/images/108931.jpg)
O fato dele ter lutado por décadas contra graves problemas mentais, e estar não só vivo, como também produzindo e se apresentando para plateias numerosas ao redor do planeta, tornam impossível que não se nutra simpatia por ele.
A história incrível de Wilson em breve chegará às telas - "Love And Mercy" estreia ainda este ano no exterior e tem Paul Dano e John Cusack interpretando o músico. Mas, antes disso, nós temos No Pier Pressure, seu quinto álbum de material inédito lançado desde 1988 - nesse tempo ele também lançou discos com covers e regravações além de ter finalmente terminado o projeto "Smile" que havia abandonado em 1967. Ele ainda voltou a se reunir com sua antiga banda para uma turnê e um disco de inéditas em 2012.
![Brian Wilson](https://www.vagalume.com.br/brian-wilson/images/103954.jpg)
Óbvio que é difícil comparar esse disco com as obras-primas gravadas por ele há quase cinquenta anos, mas, ainda assim, o disco é bem digno. Sim, os fãs mais radicais poderão reclamar de alguns momentos onde ele acaba soterrado pela produção equivocada ou por seus convidados.
A lista de participações aliás é longa e variada. Estão aqui Kacey Musgraves, Sebu Simonian do Capital Cities, Nate Ruess do fun., a dupla She And Him (presentes na bossa nova "On The Island (Feat. She & Him)") e o seu colega de Beach Boys Al Jardine.
Também pode-se reclamar que algumas canções soam por demais familiares, quase que pastiches do que ele já fez antes. Mas, no final, o álbum ainda tem vários momentos de inacreditável beleza ("The Last Song" em particular é um clássico instantâneo). Os arranjos, como era de se esperar, são no geral brilhantes, assim como as incomparáveis harmonias vocais - marca registrada de seu trabalho.
Veja Brian Wilson mostrando duas canções do álbum no talk show de Jimmy Kimmel
Sufjan Stevens - Carrie & Lowell
![Sufjan Stevens](https://www.vagalume.com.br/sufjan-stevens/images/108812.jpg)
Obviamente este era um projeto quase impossível de ser completado e ele acabou desistindo da empreitada depois de lançar os álbuns sobre Michigan e Illinois - os dois muito bons, diga-se.
Nos anos seguintes Sufjan Stevens só fez confundir público e jornalistas, lançando álbuns de natal, ou de música eletrônica e experimental. "Carrie & Lowell" é assim, o seu primeiro trabalho "tradicional" desde 2005 e é um senhor disco.
![Sufjan Stevens](https://www.vagalume.com.br/sufjan-stevens/images/108813.jpg)
Sufjan conta essas histórias de família fazendo uso de poucos instrumentos - banjo, violão, um pouco de piano e quase anda além disso. Apesar da paleta limitada o resultado final é arrebatador.
As canções são uniformemente belas e os arranjos esparsos em momento algum tornam a audição do álbum tediosa. Isso porque ele tem um enorme talento para compor e uma voz excelente, que transmite fortes emoções - especialmente quando ele canta em uníssono ou em harmonia com si próprio.
Sendo assim, não surpreende que "Carrie & Lowell" tenha entrado no top 10 da Inglaterra e Estados Unidos e tenha recebido elogios unânimes da crítica, que já o considera um dos melhores discos de 2015, para não dizer desta década.
Ouça "Should Have Known Better" com Sufjan Stevens, presente em "Carrie & Lowell"
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