Há exatos 40 anos Bruce Springsteen começou a deixar de ser um cantor de sucesso limitado que apenas os críticos pareciam gostar, para se tornar um verdadeiro mito da moderna música americana. Foi em 25 de agosto de 1975 que ele lançou "Born To Run". O terceiro álbum do cantor e compositor de New Jersey, foi sua derradeira tentativa de atingir o grande público.

Bruce Springsteen
Bruce Springsteen Born To Run
Springsteen sabia que depois de dois discos que pouco venderam, ele provavelmente não teria o apoio da CBS para seguir na gravadora se o seu próximo disco não tivesse um bom desempenho.

As gravações do álbum se tornaram dignas de lenda, com o cantor e o produtor Jon Landau passando meses no estúdio, gravando takes e mais takes, em busca da perfeição. Landau, vale dizer, tinha sido o crítico autor de uma das frases mais conhecidas do jornalismo rock: "Eu vi o futuro do rock e seu nome é Bruce Springsteen.

Não demorou para ele se tornar o produtor do artista e, mais tarde, também seu empresário, em uma parceria que segue até os dias de hoje.

A sonoridade de BTR também merece destaque. O fato é que ele é um trabalho um tanto quanto único na carreira do música, já que nem antes, e também depois, ele nunca mais fez um disco semelhante a ele.

Bruce Springsteen
Bruce Springsteen Bruce Springsteen em 1975
O álbum, é certamente o mais expansivo de Bruce, com seus arranjos grandiosos, e letras heroicas, muitas delas versando sobre a necessidade de se cair na estrada e deixar seja o passado ou um futuro medíocre para trás.

O acompanhamento para tais temas foi uma acertada mistura da "parede de som" criada por Phil Spector no início dos anos 60, com as influências de Bob Dylan, Van Morrison, soul, R&B e rock básico que sempre foram a base de sua música.

O disco também marcou a estreia da formação clássica da E Street Band com a chegada do pianista Roy Bittan e do baterista Max Weinberg.

Os dois se juntaram juntando aos já veteranos Clarence Clemmons (saxofone), Garry Tallent (baixo) e Danny Federici (órgão). O guitarrista Steve van Zandt tem participação discreta no álbum, mas se juntou à trupe para os shows ao vivo.

"Born to Run" chegou ao terceiro lugar na Billboard - na época um grande feito, ao mesmo tempo que tornou Bruce um nome de fato conhecido nos EUA. Ele ainda fez com que o cantor aparecesse na mesma semana nas capas da Time e Newsweek - um verdadeiro milagre operado por sua assessoria de imprensa.

Ele também espalhou o nome dele para outros países - a turnê do álbum o levou pela primeira vez à Europa - e passou a atrair mais e mais gente para os seus concertos, que começam aqui a ganhar o status de lendários.

Considerado um clássico instantâneo, "Born to Run" no geral manteve-se um disco influente, querido pelos fãs e respeitado pelos críticos. Relembre agora três grandes momentos desses grande álbum.



Born To Run

A faixa-título do disco, abria o Lado B do vinil. Uma das mais heroicas e longevas composições de Bruce, ela segue como parte obrigatória de seus shows. Apesar de ser um clássico indiscutível do rock e uma de suas canções mais conhecidas, ela nunca passou da 23ª posição na Billboard. A música ficou na 21ª posição na lista da Rolling Stone com as melhores canções de todos os tempos.

A versão abaixo foi tirada do primeiro show de Bruce na Inglaterra





Thunder Road

Apesar de nunca ter sido lançada como single, essa música rapidamente se tornou uma das mais clássicas de Springsteen. Foi escolhida a terceira melhor canção dele pela Rolling Stone e a sexta pela revista inglesa Uncut. Anos depois ela ganharia novo significado quando soube-se que ela foi tocada em vários funerais das vítimas do 11 de setembro






Backstreets
"Born to Run" tinha uma faixa "épica" fechando cada um de seus lados. É difícil saber qual delas é a melhor. "Jungleland" com quase dez minutos e um solo de saxofone inesquecível ou "Backstreets", que segue como uma das mais elogiadas composições escritas por ele e pode ser ouvida abaixo.



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