O dia 2 de março de 1996 é um daqueles que é difícil de se esquecer. Foi naquele domingo que o Brasil acordou com a chocante notícia que os Mamonas Assassinas haviam sofrido um acidente aéreo fatal.
em uma época que a internet ainda era privilégio para poucos, e mesmo a televisão à cabo ainda engatinhava e um canal nacional de notícias 24 horas ainda não existia, conseguir notícias sobre o caso ainda pela manhã foi algo difícil.
Ainda assim não demorou muito para a maioria dos canais abertos passarem dedicar a totalidade de suas programações ao caso, relembrando a história dos cinco jovens de Guarulhos que começaram fazendo um rock dito mais "sério" e acabaram por encontrar o sucesso quando abraçaram o humor e a galhofa.
O termo "sucesso meteórico" é muito usado, mas no caso dos Mamonas faz todo o sentido. O primeiro (e único) trabalho do grupo (capa ao lado) havia saído em junho de 1995 e a princípio não parecia que tinha chances de estourar.
O fato é que a crítica os ignorou e a música deles não dava pinta de que teria apelo junto aos fãs de rock brasileiro mais ligados naquele momento em Skank, Raimundos ou Planet Hemp.
Mas o disco foi pegando e estourou de vez quando atingiu o público infantil - ainda que boa parte do humor deles definitivamente não fosse para crianças.
Não demorou muito para que se percebesse que um verdadeiro fenômeno havia tomado conta do mercado. Os sucessos foram se atropelando - "Vira-Vira", "Pelados em Santos", "Robocop Gay"... - os shows lotando e as emissoras de televisão logo perceberam que ter o vocalista Dinho e seus colegas vestidos de Chapolin em seus programas era garantia de índices de audiência.
Quando menos se notou, o país estava tomado pela música do grupo. Isso não significa que eles eram uma unanimidade. longe disso.
A imprensa no geral reclamava das letras que passavam longe da correção política e os fãs de rock (brasileiro ou não) também não escondiam suas reservas - quando a revista Showbizz os colocou em sua capa, a redação recebeu centenas de cartas "revoltadas" de seus leitores (incluindo uma escrita em um pedaço usado de papel higiênico).
Claro que isso não importava muito quando se é jovem de vinte e poucos anos, com um disco que já havia vendido mais de um milhão de cópias e uma agenda inacreditável de shows pelo país.
Uma trajetória que acabou encurtada de maneira triste e inexplicável e que deixou um grande ponto de interrogação em qualquer pessoa interessada na nossa indústria musical.
Afinal nunca saberemos, se os Mamonas seriam mais um caso de artista de um só disco de sucesso, ou se aquele teria sido um ponto de partida para uma carreira longa e variada.
No final o que sobrou foi um disco, feito com amor - e muito bem executado - que sobrevive ao tempo e ainda leva um sorriso ao rosto de quem o escuta - especialmente daqueles que tiveram a chance de ouvi-lo enquanto seus integrantes estavam vivos.
Relembre "Pelados em Santos"
em uma época que a internet ainda era privilégio para poucos, e mesmo a televisão à cabo ainda engatinhava e um canal nacional de notícias 24 horas ainda não existia, conseguir notícias sobre o caso ainda pela manhã foi algo difícil.
Ainda assim não demorou muito para a maioria dos canais abertos passarem dedicar a totalidade de suas programações ao caso, relembrando a história dos cinco jovens de Guarulhos que começaram fazendo um rock dito mais "sério" e acabaram por encontrar o sucesso quando abraçaram o humor e a galhofa.
O termo "sucesso meteórico" é muito usado, mas no caso dos Mamonas faz todo o sentido. O primeiro (e único) trabalho do grupo (capa ao lado) havia saído em junho de 1995 e a princípio não parecia que tinha chances de estourar.
O fato é que a crítica os ignorou e a música deles não dava pinta de que teria apelo junto aos fãs de rock brasileiro mais ligados naquele momento em Skank, Raimundos ou Planet Hemp.
Mas o disco foi pegando e estourou de vez quando atingiu o público infantil - ainda que boa parte do humor deles definitivamente não fosse para crianças.
Não demorou muito para que se percebesse que um verdadeiro fenômeno havia tomado conta do mercado. Os sucessos foram se atropelando - "Vira-Vira", "Pelados em Santos", "Robocop Gay"... - os shows lotando e as emissoras de televisão logo perceberam que ter o vocalista Dinho e seus colegas vestidos de Chapolin em seus programas era garantia de índices de audiência.
Quando menos se notou, o país estava tomado pela música do grupo. Isso não significa que eles eram uma unanimidade. longe disso.
A imprensa no geral reclamava das letras que passavam longe da correção política e os fãs de rock (brasileiro ou não) também não escondiam suas reservas - quando a revista Showbizz os colocou em sua capa, a redação recebeu centenas de cartas "revoltadas" de seus leitores (incluindo uma escrita em um pedaço usado de papel higiênico).
Claro que isso não importava muito quando se é jovem de vinte e poucos anos, com um disco que já havia vendido mais de um milhão de cópias e uma agenda inacreditável de shows pelo país.
Uma trajetória que acabou encurtada de maneira triste e inexplicável e que deixou um grande ponto de interrogação em qualquer pessoa interessada na nossa indústria musical.
Afinal nunca saberemos, se os Mamonas seriam mais um caso de artista de um só disco de sucesso, ou se aquele teria sido um ponto de partida para uma carreira longa e variada.
No final o que sobrou foi um disco, feito com amor - e muito bem executado - que sobrevive ao tempo e ainda leva um sorriso ao rosto de quem o escuta - especialmente daqueles que tiveram a chance de ouvi-lo enquanto seus integrantes estavam vivos.
Relembre "Pelados em Santos"