As gêmeas idênticas Tegan and Sara têm uma trajetória das mais interessantes do pop das últimas décadas. Nascidas em 1980, no Canadá as duas começaram a cantar juntas em 1995 e nunca mais pararam. O primeiro álbum, independente, saiu em 1999, chamando a atenção de ninguém menos que o conterrâneo Neil Young que as contratou para o seu selo Vapor, por onde ainda hoje elas gravam.
Com o passar dos anos o som do duo evoluiu de um indie bem lo-fi, para um rock cada vez mais elaborado. Isso até 2013, ano de "Heartthrob", um álbum de pop eletrônico diferente de tudo que elas haviam feito até então.
A fase pop teve sequência no recente "Love You To Death" do ano passado, cuja turnê finalmente as trará ao Brasil - elas se apresentam no primeiro dia do Lollapalooza 2017, em 25 de março no Autódromo de Interlagos em São Paulo.
Quando falamos para Tegan da sensação de choque sentida nas primeiras audições dos trabalhos mais recentes, a cantora ri e diz que era exatamente esse tipo de reação que elas buscavam.
Mais séria, depois ela fala que você corre um grande risco ao ter uma banda por tanto tempo, como é o caso delas, de começar a entediar as pessoas, lançando um disco que soa igual ao anterior até que elas parem de comprá-los.
"Nós queremos chocar as pessoas, mas mais do que tudo queremos mantê-las interessadas (no nosso trabalho) e principalmente também nos manter assim", fala em conversa exclusiva.
"Nós começamos a tocar ainda adolescentes em 1995 e já lançamos oito álbuns, então seria totalmente normal nos separar agora, numas de 'ok, é isso, vamos partir para outra agora', mas não fazemos isso, porque cada ano nos apresenta novos desafios."
A opção pelo pop também se mostra benéfica para Tegan. "A opção por uma sonoridade mais alinhada com o que é popular hoje em dia, nos deu um alcance e uma audiência mais ampla, nos dando uma chance maior, eu espero, de causar um impacto maior no mundo."
E impactar o mundo é algo que elas buscam, e não só através da música. Para isso elas fundaram a "Tegan And Sara Foundation", uma ONG dedicada à luta pela justiça econômica, saúde e representação de mulheres LGBTQ - tanto Tegan quanto Sara são homossexuais assumidas e sempre usaram de sua posição para tentar aumentar a conscientização sobre os enormes problemas enfrentados por essa comunidade.
"Nós sempre fomos interessadas no que acontecia ao redor do mundo e como artistas que fazem parte desse grupo, sempre achamos importante usar essa plataforma para atingir as pessoas e promover uma mensagem de inclusão. As coisas mudaram muito nos últimos 20 anos e várias coisas boas aconteceram, muito progresso e amor."
Ainda assim elas sabem que há muito a ser feito e não só nessa área. "Ainda há muitos problema relacionados à imigração, grupos raciais, os LGBTQ, as mulheres... há muito trabalho ainda para ser feito. Tanto a Sara quanto eu admitimos que chegamos em um ponto de nossas vidas em que somos de fato privilegiadas."
"Nós fomos muito bem sucedidas em nossas carreiras, nos sentimos pessoas de sorte, que gozam de muito apoio e amor e que vivem em um país solidário e que não sofrem com as situações que pessoas como nós enfrentam em outros lugares. Ou seja, para nós seria muito fácil esquecer da luta dessas pessoas, mas não queremos isso."
"Nós queremos demonstrar solidariedade a elas, lutar ao lado delas e com essa plataforma que temos queremos deixar claro que estamos promovendo essa mensagem de inclusão e não deixando que essas pessoas que são marginalizadas em nossa comunidade sejam esquecidas."
Tegan também falou sobre a animação que está sentindo por finalmente poder tocar no Brasil dentro de um festival como o Lollapalooza. As duas estiveram recentemente na Colômbia, também em um festival, e adoraram a experiência de se apresentar pela primeira vez na América Latina. "Foi extremamente divertido, ainda que rápido. Nós gostamos muito e ficamos ainda mais excitadas pela chance de podermos voltar em março."
Sobre os shows atuais, Tegan diz que o foco é no material recente, mas que o lado mais roqueiro delas também tem vez. "Acho que no momento, as coisas mais antigas que tocamos vêm do álbum "So Jealous", que saiu em 2004. Mas, especialmente em festivais nós gostamos de colocar várias músicas antigas no repertório, para que também os fãs de longa data fiquem felizes".
Enfim, o recado está dado. Tanto para quem for ao Lollapalooza, quanto para os que vão acompanhá-lo pela televisão, vale muito a pena ficar de olho na apresentação das canadenses. Para saber mais sobre a fundação e como ajudar com a causa, é só acessar o site da ONG.
Com o passar dos anos o som do duo evoluiu de um indie bem lo-fi, para um rock cada vez mais elaborado. Isso até 2013, ano de "Heartthrob", um álbum de pop eletrônico diferente de tudo que elas haviam feito até então.
A fase pop teve sequência no recente "Love You To Death" do ano passado, cuja turnê finalmente as trará ao Brasil - elas se apresentam no primeiro dia do Lollapalooza 2017, em 25 de março no Autódromo de Interlagos em São Paulo.
Quando falamos para Tegan da sensação de choque sentida nas primeiras audições dos trabalhos mais recentes, a cantora ri e diz que era exatamente esse tipo de reação que elas buscavam.
Mais séria, depois ela fala que você corre um grande risco ao ter uma banda por tanto tempo, como é o caso delas, de começar a entediar as pessoas, lançando um disco que soa igual ao anterior até que elas parem de comprá-los.
"Nós queremos chocar as pessoas, mas mais do que tudo queremos mantê-las interessadas (no nosso trabalho) e principalmente também nos manter assim", fala em conversa exclusiva.
"Nós começamos a tocar ainda adolescentes em 1995 e já lançamos oito álbuns, então seria totalmente normal nos separar agora, numas de 'ok, é isso, vamos partir para outra agora', mas não fazemos isso, porque cada ano nos apresenta novos desafios."
A opção pelo pop também se mostra benéfica para Tegan. "A opção por uma sonoridade mais alinhada com o que é popular hoje em dia, nos deu um alcance e uma audiência mais ampla, nos dando uma chance maior, eu espero, de causar um impacto maior no mundo."
E impactar o mundo é algo que elas buscam, e não só através da música. Para isso elas fundaram a "Tegan And Sara Foundation", uma ONG dedicada à luta pela justiça econômica, saúde e representação de mulheres LGBTQ - tanto Tegan quanto Sara são homossexuais assumidas e sempre usaram de sua posição para tentar aumentar a conscientização sobre os enormes problemas enfrentados por essa comunidade.
"Nós sempre fomos interessadas no que acontecia ao redor do mundo e como artistas que fazem parte desse grupo, sempre achamos importante usar essa plataforma para atingir as pessoas e promover uma mensagem de inclusão. As coisas mudaram muito nos últimos 20 anos e várias coisas boas aconteceram, muito progresso e amor."
Ainda assim elas sabem que há muito a ser feito e não só nessa área. "Ainda há muitos problema relacionados à imigração, grupos raciais, os LGBTQ, as mulheres... há muito trabalho ainda para ser feito. Tanto a Sara quanto eu admitimos que chegamos em um ponto de nossas vidas em que somos de fato privilegiadas."
"Nós fomos muito bem sucedidas em nossas carreiras, nos sentimos pessoas de sorte, que gozam de muito apoio e amor e que vivem em um país solidário e que não sofrem com as situações que pessoas como nós enfrentam em outros lugares. Ou seja, para nós seria muito fácil esquecer da luta dessas pessoas, mas não queremos isso."
"Nós queremos demonstrar solidariedade a elas, lutar ao lado delas e com essa plataforma que temos queremos deixar claro que estamos promovendo essa mensagem de inclusão e não deixando que essas pessoas que são marginalizadas em nossa comunidade sejam esquecidas."
Tegan também falou sobre a animação que está sentindo por finalmente poder tocar no Brasil dentro de um festival como o Lollapalooza. As duas estiveram recentemente na Colômbia, também em um festival, e adoraram a experiência de se apresentar pela primeira vez na América Latina. "Foi extremamente divertido, ainda que rápido. Nós gostamos muito e ficamos ainda mais excitadas pela chance de podermos voltar em março."
Sobre os shows atuais, Tegan diz que o foco é no material recente, mas que o lado mais roqueiro delas também tem vez. "Acho que no momento, as coisas mais antigas que tocamos vêm do álbum "So Jealous", que saiu em 2004. Mas, especialmente em festivais nós gostamos de colocar várias músicas antigas no repertório, para que também os fãs de longa data fiquem felizes".
Enfim, o recado está dado. Tanto para quem for ao Lollapalooza, quanto para os que vão acompanhá-lo pela televisão, vale muito a pena ficar de olho na apresentação das canadenses. Para saber mais sobre a fundação e como ajudar com a causa, é só acessar o site da ONG.