Sampha - Process
Em uma semana sem lançamentos de grandes estrelas, selecionamos hoje três discos de artistas pouco conhecidos, mas dignos de toda atenção. Começamos com esse belo disco de estreia. Apesar de britânico, Sampha já goza de um prestígio reservado quase que unicamente para os artistas norte-americanos do R&B.
Uma rápida audição nesse álbum mostra os motivos para gente como Kanye West, Solange e Drake já terem se rendido aos seus talentos.
"Process" é um trabalho de R&B moderno que comprova como o gênero segue na vanguarda da música pop.
Assim, ele é indicado para todos que tenham algum interesse pela música negra contemporânea. Aqueles que foram seduzidos recentemente pelo trabalho de gente como Frank Ocean ou Miguel, certamente irão gostar bastante do disco.
Ouça "Blood On Me" com Sampha presente no álbum "Process"
Sampha - Little Fictions
É uma pena que o Elbow não consiga repetir o sucesso que tem em sua terra natal em outras partes do mundo. Já no Reino Unido esse sétimo trabalho deles acabou de estrear no topo da parada, mostrando que, ao menos por lá, a popularidade deles segue intacta.
Para quem já conhece o quarteto, o novo disco não apresenta grandes surpresas ao trazer em suas dez faixas, um som que consegue tanto introspectivo quanto épico e que mistura rock progressivo, indie e influências de gente como Peter Gabriel e Kate Bush.
Apesar de trabalharem dentro de um formato confortável, o álbum impressiona. As melodias seguem excelentes, os arranjos são de grande eficiência em um pacote que mostra que o Elbow segue no topo de sua forma.
Ouça "Gentle Storm" com o Elbow presente no álbum Little Fictions
Sleater-Kinney - Live In Paris
Por um tempo, Sleater-Kinney foi uma das grandes bandas do rock americano. Especialmente entre 1996 e 2005, quando elas se separaram, o trio entregou não só uma série de grandes álbuns - "Dig Me Out" (1996) e "The Woods" (2005), entre eles - como se mostrou muito influente para as gerações seguintes.
A prova de como o grupo era muito acima da média veio em 2015, quando Corin Tucker, Carrie Brownstein (que também é uma ótima atriz cômica, como se vê na série "Portlandia") e Janet Weiss voltaram a se reunir.
O álbum de retorno, "No Cities to Love", não devia nada aos anteriores e deverá ser lembrado como um dos melhores dessa década, servindo não só para os velhos fãs matarem as saudades como abrindo caminho para uma nova geração de admiradores.
Para marcar essa nova fase, elas estão lançando esse excelente disco ao vivo que mistura canções novas e antigas, servindo assim como uma boa porta de entrada para o universo da banda. O som delas é marcado pela fusão de punk, indie, pós punk e rock alternativo dos anos 90, acompanhado por uma postura combativa e letras politizadas.
Ouça "Surface Envy" com o Sleater-Kinney presente no álbum "Live In Paris"