Quem sou eu pra ter direitos exclusivos sobre ela Se eu não posso sustentar os sonhos dela Se nada tenho e cada um vale o que tem Quem sou eu pra sufocar a solidão da sua boca Que hoje diz que é matriz e quase louca Quando brigamos diz que é a filial
Afinal se amar demais passou a ser o meu defeito É bem possível que eu não tenha mais direito De ser matriz por ter somente amor pra dar
Afinal o que ela pensa em conseguir me desprezando Se sua sina sempre é voltar chorando, arrependia Me pedindo pra ficar
Eu gostei tanto Tanto quando me contaram Que a encontraram Bebendo e chorando Na mesa de um bar E que quando os amigos do peito Por mim perguntaram Um soluço cortou sua voz Não lhe deixou falar Mas eu gostei tanto Tanto, quando me contaram Que tive mesmo de fazer esforço Para ninguém notar
O remorso talvez seja a causa Do seu desespero Ela deve estar bem consciente Do que praticou Me fazer passar esta vergonha Com um companheiro E a vergonha É a herança maior que meu pai me deixou Mas, enquanto houver força no meu peito Eu não quero mais nada E pra todos os santos Vingança, vingança Clamar Ela há de rolar qual as pedras Que rolam na estrada Sem ter nunca um cantinho de seu Para poder descansar
Compositor: Lupicinio Rodrigues ECAD: Obra #2114 Fonograma #37457