Brasileira No toque do tambor a veia pulsa chega a arrepiar Cadê o Pererê? Cadê o Boitatá?
Da rua "streetera" do Norte ao Sul Musica periférica brasileira já cantou a Yzalu Cantiga de roda, moda de viola Tem partido-alto, pandeiro cavaco Tambor do divino Espírito Santo É mistura de ritmo, sorriso e pranto
Bonito por fora, mas vejam vocês Paraíso fiscal, tem rainhas e reis Na Terra sem lei, Guerreira tem As "fora" da lei, nós somos também Me diga quem? Foi punido por alguém
O dinheiro fala alto e o lamaçal nas praias vem Cadê o Pererê? Cadê o Boitatá? Amarildo onde é que tá? Macunaíma junta tá Em Terra de falsa democracia, Falsa Abolição Produzir arte e cultura, um ato de revolução
O clima ta quente, Brasil brasileiro é terra de pandeiro É carnaval ano inteiro não só em fevereiro Terra de axé de bem me quer de mal me quer Em Salvador, tem pão tem circo e Dj nos toca discos, né?
Mulheres lindas, samba, bunda e mente consciente Mas "tá" faltando comida no prato dessa gente Tem hip hop, bossa, choro, domingo a domingo Pra abrandar as amarguras desse povo sofrido
Índio, preto, branco, pardo, caboclo amarelo, cafuso, mameluco Miscigenação, contradição pra manter o preto excluso Superação pra essa nação cheia de pecador No toque do tambor a veia pulsa sim senhor
No toque do tambor a veia pulsa chega a arrepiar Cadê o Pererê? Cadê o Boitatá?
Chai Esse som de berimbau atabaque agogô Lembranças que vem da infância, herança pra se guardar Mas foram poucos que escutou o hino que ecoou Da viola biriba, história viva sempre a tocar
Tempos modernos se valoriza uma burra cultura Prioriza uma arte com rostinho ou bunda Uma escultura padronizada, e a gente não se insere Rotulações que não nos representa
É Franco, é o Brás, Salvador A mulher preta afirma a cor e tem o seu valor Tradições transmitidas pela oralidade Nessa história registramos essa passagem
Brasil, sejam bem vindos Somos um povo conhecido, pela esperança pelo sorriso De lugares belos, hoje um futuro incerto Temer jamais eu continuo nesse manifesto
É golpe, é trinta, é nosso corpo violentado É ódio gratuito nas redes tá tudo errado É muita desordem, na câmara no senado É guerra civil, é tiro pra todo lado
Ele só tinha dez anos sente o impacto Ainda existe amor, eu sou Gueto, Afro onde for Odisseia formou, sintonia sintonizou Poesia, ginga, gira, som na base olha o corô
Não tenho medo do bicho papão dos atrasa lado Aqui é herança de Maria Bonita do Cangaço
É no toque do Berimbau Mosquitinho doidão É no toque do Berimbau Chega na palma da mão
Compositores: Jô Maloupas, Cintia Savoli, Chai e Afrolet