Estava eu, mais um dia de trabalho Sufoco na cidade, no meio do metrô Matutando sobre as coisas intrínsecas de minha vida Até me deparar com a lista de estações de nosso trem
Logo me veio à cabeça, meu primeiro amor Seu nome? Primeiramente Ana Pra mostrar, todo seu jeito de mulher Posteriormente: Rosa, envolta por espinhos, bela como uma flor
A minha sorte, é que a menina tinha sangue ardente E por minha pessoa, nutria grande sentimento E juntos, como que num paraíso Seguíamos atados, longe de qualquer tormento
Era como um sonho, e a vida ao lado dela, era valsa E a cada descompasso, me acertava o passo Com um beijo doce, como um brigadeiro Sorrateiro e derradeiro
E nossas visitas insistentes, ao parque do Trianon Ou mesmo as vezes, à clarabóia, junto ao Masp Ana dedicava à mim, suaves melodias Que com tal primazia, minha vida conduzia
Todavia, como meu futuro torto, bem predizia, a morte, encorajada a completar sua tarefa, Levou-me Ana, e sacana não deixou nenhuma consolação, Apenas uma badalada, em meu coração
Perdido vagava eu, por toda aquela escuridão E aos tropeços, sem mais nenhuma orientação Com parte minha internada, como se quer existisse clínicas Ou qualquer benção, que enfim curasse, meu pálido coração
Destruido, meu corpo dirigiu-se instintivamente Para seu leito fúnebre, e em uma metáfora Deixei ao lado de minha Rosa, minha representante Pontiaguda e mal cheirosa, uma sumaré
Súbito, minha menina, no ímpeto de seu último ato Devolveu-me a esperança, e com uma pétala rúbra Fez me retornar à Vila, foi numa primavera Colorida e singela, que conheci Madalena
Compositores: Ferraro, Giovanni; Vanni, Victor; Cabral, Fernando