Pádua
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Galope do Encanto

Pádua


A brisa mansa
Anunciando o anoitecer
Sopra no rosto
Como fosse um cafuné
E o vento assanha
A chama do candeeiro
Insinuando um movimento de mulher

A lua cheia
Prateando o trieiro
Clareia o trecho
De um tropeiro encantado
Que pede pouso
Pra seguir sua jornada
E relembrar do tempo que era
encarnado

Me chamam boiadeiro
Boiadeiro eu não sou não!
Sou tangedor de gado
Boiadeiro é meu patrão!

Feito um corisco
Galopando no cerrado
Vem do invisível
Do fundo dos cafundó
Tem a capanga
Todo tipo de mandinga
E os segredos que aprendeu no
catimbó

Tô de passagem
Vou seguir fazendo rastro
Meu tempo é curto
Eu não posso demorar
Correndo trecho
Vou cumprindo a minha sina
No vento eu vim
No vento posso voltar!...

Me chamam boiadeiro!...

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