Nunca vi os meus pais trocarem um beijo Amor todos falam dele, mas eu nunca o vejo Separaram-se eu era o puto, tamanho de mochila Vi a discussão dos dois da primeira fila Dizem que me amam e eu finjo que acredito Se isso fosse verdade, não precisava ser dito E chegou-me ao ouvido como poderia ter sido Melhor, a vida deles, se eu não tivesse nascido O pai emigrou pra'a Alemanha, eu fiquei pra'a trás A mãe casou em Angola, eu virei um rapaz Vale tudo para tentar subir na vida, certo? No fundo, sou apenas fruto de algo que não deu certo Filho de pais ausentes, eu pertenço a esse nicho Prenda do dia da Mãe guardei, até mandar pro lixo Ganhei centímetros no caminho, mas perdi o carinho Por cada coisa que eu aprendi a fazer sozinho Eles deram o melhor que podiam, isso é que me dói mais Dizem que um dia vou trocar de lugar com os meus pais Só que vou amar de verdade o meu par, no meu lar E ao meu filho eu vou dar todo o amor que eu nunca senti
Nunca senti, nunca senti, nunca senti Nunca senti, nunca senti, nunca senti Nunca senti, nunca senti, nunca senti
Nunca senti o que sinto por ti noutra pessoa Eu te amo e não sou dos que dizem "eu te amo" à toa Andei a vida toda em busca de um amor assim Te conheci, entendi que a busca chegou ao fim Pros meus olhos és a maravilha da criação Razão pra'a eu querer ser a minha melhor versão Mais que a atração, ereção tu ouve o meu coração Cada fibra do meu corpo aponta na tua direção Mais do que aquilo que eu quero, tu és o que eu preciso Ficar contigo era ter um ticket para o paraíso Minha melhor amiga, sou o teu melhor amigo E assim declaro, por carta este meu amor antigo Ela dobra o papel com os olhos dela a brilhar Eu ansioso e nervoso aproximo pra beijar Rui porque é que 'tas-me a fazer isso agora? Eu vou viver pra Londres, diz enquanto chora És especial pra mim nada vai mudar, não te esqueças Mas o amor que queres me dar, por favor não me ofereças Às vezes a vida é assim, querias dizer-te que sim Mas esse amor que sentes por mim
Nunca senti, nunca senti, nunca senti Nunca senti, nunca senti, nunca senti Nunca senti, nunca senti, nunca senti
Imagina todos de preto, chuva após o Carnaval Família reunida nunca foi habitual Flores caiem, em cascata na cova do funeral A despedida final, o corpo vira mineral Na última vez que te falei dei-te os parabéns Perguntei: Tás bem caçula, quando é que vens? Queria-te ir ver no hospital, mas fiquei sem paca Tu disseste: É na boa primo, não há maca Já tô a ficar melhor mais uma beca e um gajo baza Relaxa, daqui a uma semana eu tô em casa Semana passa e ligaram-me pra me dar o recado Agora tô a olhar pra ti num corpo inanimado E há tempos a tua mãe pediu-me pra'a te aconselhar Que se calhar tu ias ouvir se fosse eu a falar Que devias ter mais cuidado com a tua saúde Eu disse que não ia dizer nada, e que já eras adulto Mas a tua morte pôs toda a minha vida em perspectiva Sinto-me culpado por não ter travado as tuas saídas Sinto-me culpado porque não te amei como devia Sinto-me culpado, sinto uma dor que não alivia Sinto-me otário pois se eu morresse no teu lugar Morria virgem, mal amado, com sonhos por realizar Só quis viver a vida enquanto ainda tavas aqui Eu nunca soube 'tar na vida até tar na vida sem ti
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Compositores: Holly, Rui Luis Joao Pereira (Papillon) (SPA)Editor: Laboratorio Fantasma (UBC)Administração: Warner Chappell Edicoes Musicais Ltda (UBC)ECAD verificado obra #23570798 em 21/Abr/2024 com dados da UBEM