Minha volta da roça era marcada Na chegada de casa com fartura Uma dez polegadas na cintura Uma calça de mescla remendada Numa mão a cabaça pendurada No jumento uma carga de ração Na cabeça uma trouxa de feijão Que eu nem sei como era que eu podia
Se saudade matasse eu morreria Recordando o meu tempo no sertão
Marmeleiro jurema ou catingueira Acendia um fogão que mamãe tinha Entre os troços mais uteis da cozinha Um pilão duma tora de aroeira No lugar de botar a geladeira Tinha um pote de barro preso ao chão Nossa fonte de agua um cacimbão Não chegava a gelar mas era fria
São lembranças nas quais eu me intercalo Que me levam pra o ontem com meus pais Onde para os passeios semanais O veiculo de luxo era um cavalo Nosso despertador a voz do galo O profeta das chuvas o carão E pra nos dá segurança e proteção Nosso cão vira lata era o vigia
Qualquer coisa virava brincadeira Desde um simples pinhão ao corrupio Quando eu não transitava no baixio Perseguindo preá de baladeira Num cavalo de pau dava carreira Que ficava morrendo de exaustão Que o cavalo era só uma ilusão Na verdade era eu mesmo quem corria
Compositor: Francisco Costa do Nascimento (Paulo de Iguatu) ECAD: Obra #37716510