Na cidade de Barretos depois da festa do peão Pra cortar cabelo e barba foi entrando um folgazão Só por trazer no bombacho a poeira do estradão E naquela barbearia teve uma decepção
O dono da barbearia por ter certa posição Na roda da sociedade quis desfazer do peão Tirou o forro da cadeira faltando com a educação Dizendo que os boiadeiros costumam sentar no chão
O peão lhe respondeu, eu não aceito lição E topo qualquer parada na hora da precisão Com pratas do meu arreio eu compro qualquer salão Com ouro da minha espora faz jóias pra tubarão
O resto da minha traia é ouro fino do bom Com o sol o freio brilha na boca do alazão O peitoral é formado com vinte e seis argolão Todos de ouro maciço, tem mais seis no cabeção
E falando pro barbeiro foi entregando um cartão Com a marca Peão de Ouro, rei de toda a geração E tirando da carteira sem fazer objeção Forrou a cadeira inteira só com cheques de milhão
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)
Compositores: Joel Antunes Leme (Pedro Bento), Sebastiao Santana ECAD: Obra #22833 Fonograma #1239263