Peão Brasil e Parentinho

Sono Pesado

Peão Brasil e Parentinho


Um dia curtindo meu sono pesado
Chamei o bragado pra perto de mim
Nele pus a sela, peitoral de brilho
E o coxinilho da cor de marfim

Abri a porteira da enorme invernada
E por uma estrada por lá me enfiei
Lembrando a infância e curtindo sozinho
Pra aqueles caminhos de novo passei

Passei a porteira do velho riacho
Que fica lá embaixo margeando o grotão
Passei contornando a velha lagoa
Olhando as taboas forrando o varjão

Cheguei na mangueira grandona e cercada
Que fica encostada no velho galpão
No esteio lá em cima eu vi pendurado
O laço quebrado e o velho lampião

Corri os meus olhos no piquete inteiro
Eu vi os bezerros querendo mamar
E o retireiro molhado de orvalho
Com muito cuidado pros bois separar

Olhando as casinhas formando fileira
A colônia inteira na frente eu cruzei
E bem lá na frente bem junto a estradinha
Na velha igrejinha entrei e rezei

Igual remexendo nas rédeas da crina
A coberta fina por cima eu puxei
E ali pensativo golpeando o soluço
Na cama de bruços calado eu chorei

Parece que eu via meu velho bragado
Me olhando assustado querendo inclinar
Querendo dizer, meu velho não chora
Que os tempos de outrora jamais voltará

Compositores: Jose Caetano Erba (Caetano Erba), Jose Martins Sanches
ECAD: Obra #2088101 Fonograma #1762985

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