Quando vejo a oito baixos nas munhecas de um gaiteiro Numa vaneira manhosa, me sinto mais missioneiro Lembrando dos velhos tempos, depois de tantos janeiros Dos bailes da minha terra, com chão batido e candeeiro Dos bailes da minha terra, com chão batido e candeeiro
Como era lindo de ver, surgir ao longe um clarão E o fogo da estrela D'alva, lá por detrás dum capão Anunciando novo dia, pra iluminar meu rincão E conversava pachola, na cordiona de botão E conversava pachola, na cordiona de botão
Mas os tempos já passaram, hoje está tudo mudado Resta meu rancho tapera, numa coxilha escorado Mas palanqueando a querência, num jeitão bem entonado Ainda mais quando me chego pra cantar no seu costado Ainda mais quando me chego pra cantar no seu costado
Tempo é igual à bananeira que morre e não dá mais cacho Secando a vertente d'água, não se ouve cantar o riacho Por isso junto ao meu rancho, de saudade me emborracho E chego a escutar o ronco da cordiona de oito baixos E chego a escutar o ronco da cordiona de oito baixos
Compositores: Pedro Marques Ortaca (Pedro Ortaca), Altamir Valeron Moura Pimenta (Altamiro Pimentel) ECAD: Obra #50338 Fonograma #12673615