Eu me pergunto por que fui deixar o norte E vim tentar a sorte aqui na cidade grande Se lá eu tinha tudo aquilo que queria Era feliz e não sabia hoje eu sei por onde ando Quando cheguei senti uma grande diferença Esse povo até tem crença mas não sabe nem viver Durante o dia é aquele corre-corre E à noite muitos morrem sem mesmo saber por que
Tem jeito não tem jeito não Não vou poder ficar longe do meu sertão não Tem jeito não não tem jeito não Eu vou voltar é no primeiro caminhão
Se sáio á rua fico muito assustado E o povo desconfiado sem querer me responder Quando pergunto se estou certo no caminho Saem logo de fininho sem ao menos me dizer No meu sertão tenho toda liberdade O povo só fala a verdade você pode acreditar Se alguém precisa de ajuda ou abrigo Irmão ou desconhecido pode se acomodar
Se estou deitado custo a pegar no sono É um barulho tão medonho de carro e de avião E sem falar nesses sons eletrizantes Toda hora todo instante o pensamento é confusão No meu sertão me recolho à tardezinha E a noite é toda minha nada vem me incomodar Quando levanto inda é de madrugada Um coro de passarada é que vem me acordar
Compositor: Petrucio Antonio de Amorim (Petrucio Amorim) ECAD: Obra #1329049 Fonograma #532650