Pizzol
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O Viajante

Pizzol

Pizzol 16 Anos


[Pizzol]
cansado, vivendo como qualquer animal
se escondendo entre escombros de uma guerra desigual
poeira sufocante, poluição visual
seu relato curto, breve, paralelo ao local
cê vê que não escolheu estar ali naquela hora
desde seu nascimento jamais pensou ir embora
viagem para longe, foi forçada sua escolha
dois filhos pra criar, recém-casado com a patroa
sem móveis, sem dinheiro, continha desespero
alma quase vazia, ainda por cima sem direito
o que ia fazer, não se mostrar humilhado
seus herdeiros contariam com orgulho seu passado
e se passavam muitos dias, semanas intermináveis
no caminho desaforo, vontades insaciáveis
uma luz não encontrava, apenas alguns semblantes
brilhantes, falsa miragem no instante real distante
chegando a noite fria rumo à última parada
foi sofrida, sua família seguiu pela estrada
pra onde, a salvos, pra longe do alvo
pergunto ao viajante onde era sua casa
pergunto o porquê de ele fazer essa jornada
se escória e angústia era o que predominava
um tiro, uma rajada me incomoda ao perceber
lutou por tudo aquilo pra ver desaparecer
veio a me surpreender, sua resposta foi direta
o ódio dos humanos nem mesmo o demônio testa
é uma triste peça, o fim não interessa
amigo vi (?) pois quase ninguém contesta


("é... Pizzol - 16 anos
Dr. Caligari, Nocivo Shomon, Roko, Ogi
DJ Caique - 360 Graus")


cada canto seu relato é semelhante
história e algum boato sempre se expande
acredite em mim, sei que eu já suportei
toda dor da provação, meu caminho seguirei

cada canto seu relato é semelhante
história e algum boato sempre se expande
acredite sim, já vaguei pelo escuro
escutei todo o barulho, mesmo assim não fiquei surdo


[Dr. Caligari]
e é assim que o viajante vai seguindo
de pouco a pouco conseguindo, os pés se queimam
com esse solado sofrido, vagando, tentando
achar abrigo, todo o sentido que eu trago comigo
aventureiro na viagem, na mente a passagem
na fala coragem, no peito traz toda a bagagem
e nessa terra onde meus pés andaram
eu vejo vários que desandaram nesse caminho que não
aguentaram
pois são várias paradas em lugares diferentes
e muitos te acolhem, outros te acertam os dentes
tratado como um indigente por não usar roupa decente
que é rasgada das batalhas diariamente
mas sigo em frente, agora com os meus pés curados
deixei a dor de lado e andei o que estava acumulado
e agora consegui encontrar o meu lar
é onde eu posso me expressar, é onde eu sempre quero
estar


[Roko]
pés cansados misturados em meio à multidão
olhares com nojo, outros com medo dessa minha
situação
eu só quero um pouco de paz sem ninguém pra me
atrasar
também sou de carne e osso e respiro o mesmo ar
mas tem gente que insiste em testar minha paciência
enquadra, bate, xinga e alopra: "olha só sua
aparência"
nem quer saber do meu veneno e chega já na porrada
"violência no trabalho é normal, não pega nada"
Brasil, se tu soubesses o que penso de você
nego ia me matar ou mandar vir me prender
"vai se foder", e se conforme e esquece da impunidade
que favorece só o lado de quem se esconde na cidade
e nem liga pro povão, só no ano da eleição
dá um trato até no meu bêlo e me chama até de irmão
é por isso que sigo atrás de um lugar bem melhor
onde o viajante tenha sossego e assim se livra do
pior


[Nocivo Shomon]
vinte e oito anos atrás dona Selma se emocionou
chorando agradecia o presente que Deus mandou
mais um gladiador pronto pra ser vencedor
procurando o paraíso, sabendo que existe a dor
sonhador, guerreiro eficaz
maluco, sigo sagaz, fugir da luta jamais
na saga o samurai, meus ideais não vou trair
cada lágrima que cai mais um motivo pra seguir
minha caminhada nessa estrada nebulosa
onde a maldade é mato e a madrugada é perigosa
onde aprendi que a rosa corta mais do que a espada
o mundo é um mercado onde pessoas são compradas
mãe, onde você estiver
saiba que seu filho é um guerreiro de fé
que tá nessa terra pra sorrir e pra chorar
e até o final da guerra o teu nome eu vou honrar


[Ogi]
muita luz, Rodrigo segue no foco
aguento o peso da cruz, fazendo jus, quebrando blocos
aumento o nível de stress, mais de mil pés, eu não
pipoco
não, no ringue não toco o chão, e assim me desloco
pois devo continuar, a vida é uma luta
eu sei que a maldade virá testar a minha conduta
pra fazer eu não ser sagaz, e não me sentir capaz
mato demônios, queimo neurônios, luto com poltergeist
honro meus ancestrais, família Hayashi sou
meu sangue é de samurais, e tipo Musashi vou
(haa) empecilhos com a espada decepar
nada pode me parar
muitas guerras pela Terra, minha alma enfurecida
quantas guerras nessa terra eu deverei travar em vida
onde estão as tais respostas eu não sei
só sei que até o fim eu assim seguirei


cada canto seu relato é semelhante
história e algum boato sempre se expande
acredite em mim, sei que eu já suportei
toda a dor da provação, meu caminho seguirei

cada canto seu relato é semelhante
história e algum boato sempre se expande
acredite sim, já vaguei pelo escuro
escutei todo o barulho, mesmo assim não fiquei surdo

Compositores: Rodrigo Hayashi Tavares Bastos Pinto, Carlos Henrique Benigno (Caique), Roko, Jose Fernando Soares Pereira (Nocivo Shomon)
ECAD: Obra #18417861

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