O pulpero serve a canha Noutro copo velho e gasto Lustrando o balcão da copa Como quem apaga um rastro Há muito que - despeonado Deixou empoeirar seu basto
Bem antes que esse porvir Pusesse freio às suas ânsias Era outra a vida velha Domando pelas estâncias Senhor do próprio destino Cruzando as quatro distâncias
Veio pra o mundo sozinho E assim se vai deste mundo Num corredor bem de fundo Onde ergueu seu ranchinho E o fez bolicho para os outros Os que ainda têm sonhos potros Cruzando o sol dos caminhos Nem mesmo a paz de um carinho Restou-lhe no fim da vida Pois foi carreira perdida Andar em busca de um ninho Hoje se vai deste mundo Quem nasceu, talvez, no fundo Marcado pra ser sozinho
Ninguém vê um domador Num pulpero a contragosto Nem mesmo quem bebe um trago Nas invernadas de agosto Pode medir que tristeza Sulcou de rugas seu rosto
Morreu num fim de setembro No florir da primavera Deixando somente trastes Representando o que era Um gaúcho que veio ao mundo Com a sina de ser tapera
Veio pra o mundo sozinho E assim se vai deste mundo Num corredor bem de fundo Onde ergueu seu ranchinho E o fez bolicho pra os outros Os que ainda tês sonhos potros Cruzando o sol dos caminhos Nem mesmo a paz de um carinho Restou-lhe no fim da vida Pois foi carreira perdida Andar em busca de um ninho Hoje se vai deste mundo Quem nasceu, talvez, no fundo Marcado pra ser sozinho
Compositores: Martim Cesar Ramires Goncalves (Martim Cesar), Emerson Luiz Goulart Ribeiro (Emerson Goulart), Filipe Calvete Corso (Felipe Corso) ECAD: Obra #16481314