O casco pisando a pedra, são como a flor e o espinho... Embora sendo distintos estão no mesmo caminho; São, na verdade, um exemplo pra todo aquele que pensa Que a estrada não tem motivos pra unir pela diferença.
Por entre o casco e a pedra, o cuidado é mais sentido, Pois quem já feriu com ferro, com ferro um dia é ferido... E quando num trote largo o casco também se quebra, A dor que manca o cavalo é bem mais forte que a pedra.
Quem "estropeia" um cavalo por gosto, perde a razão; Aponta o próprio destino com sete pedras na mão. E bem sabe quem lhe toca, pelas estradas de chão, Que o "mol" do casco é sensível e se chama coração.
Nos campos duros de pedra, um mês sem chuva é bastante, E os cascos são como as luas crescente, cheia e minguante... Que vão crescendo, enfraquecem, e ficando ressequidos Se quebram por quase nada, igual a um copo de vidro.
Depois de quebrar de fato, nem dá pra fazer alarde, Posto que o tempo, se cruza, pra remediar já é tarde... E á tempos cuido da lida, e dos cavalos que enfreno; Aparo e "groseio" os cascos pelas manhãs de sereno.
Por isso o casco e a pedra são iguais e tão distintos, Vivem assim, um no outro, respeitando seus instintos. Sabem da força incontida que apenas só um detém, E sabem que sobre as pedras nem rastro fica de alguém
Compositores: Paulo Henrique Teixeira de Souza (Gujo Teixeira), Juliano Marcio Gomes Avila (Juliano Gomes), Rivair Alves da Silva Neto (Zeca Alves), Emerson Luiz Goulart Ribeiro (Emerson Goulart), Vitor Ribeiro Amorim (Vitor Amorim) ECAD: Obra #11132318 Fonograma #36296538