Vamos nós num estilo diferente É um género que o povo aprecia Decassílabo com toda agonia Que você não passa minha frente O passado, o futuro e o presente Pois eu temo que sou um repentista Você diz que é poeta e é artista Possui uma natureza estranha Vou saber se o dimas acompanha Em martelo a Otacilio Batista
Esse cabra metido a galo ferro E agora atacar a todo mundo Eu não quero chamá-lo vagabundo Ele nega a verdade eu não nego Ele pega no alheio e eu não pego Outra mais é tarado e tem maus planos Usurpador dos direitos soberanos Vou contar o que ele praticou Foi preso em natal por que tentou Desonrar uma velha de cem anos
Basta um cabra não ter disposição Pra viver do serviço do alugado Pega uma viola e bota ao lado Compra logo um romance do pavão A peleja do diabo e riachão E as histórias do pedro Malazarte Faz o mundo acabar-se em toda parte A ferrar por vintém meio de feira Parasitas assim dessa maneira É quem vem relaxando a minha arte
Eu não temo o disparo do canhão Nem da guerra a cruel realidade Não me causa temor a tempestade Nem corisco, nem raio, nem trovão Nem a sombra zoada do leão Nem da cobra o veneno fulminante Não faz medo a tromba do elefante Nem do mundo afinal o seu segredo Nesse mundo que vem fazendo medo É cantar com poeta ignorante