Olho o espelho e esta imagem gasta... Olho o espelho e esta imagem gasta...
Sinto falta das palavras que rapidamente voaram Dos olhares com timidez que enfim se encontraram Sinto falta do momento que o tempo então levou E as promessas de uma vida,foram tudo que restou Sinto falta do que tenho mas parece-me escapar A viagem de regresso não vai para o mesmo lugar Sinto falta de um beijo numa tarde de verão Falta aquilo que desejo e ainda procuro em vão Sinto falta da ilusão de tudo ter algum sentido Música não tocava mas pareceu-me tê-la ouvido Sinto falta de uma noite em que num sonho te vi E a verdade é inegável, sinto falta de ti
Olho o espelho e esta imagem gasta...
És como a falta de palavras num poema escrito assim És como os detalhes que faltam que completam o que poderá não ter fim Como o leve balanço em que te deixas levar Como o breve descanso das ondas do mar onde insisto em me afogar Sei que no oceano de ti encerras um secreto eterno som Na voz revelas aos poucos o que por certo consideras bom E mesmo a distancia que afasta, que num sonho não surge porém Às vezes parece tão vasta mas faz-se esquecer por alguém E a distância que nos separa parece mera miragem de algum destino sem sentido Tenho certeza, se fosses melodia ouviria a mais bela num só momento ao te ter conhecido
E ao perder-me na melodia que pude ouvir nesse dia Caí na monotonia de não viver o momento Agora com melancolia digo que não sabia Não previa que podia cair no esquecimento
O rosto é... esquecimento (esquecimento) é... esquecimento é... esquecimento....(esquecimento,esquecimento)
Agora que páro e reflito, permaneço convicto Encerrou-se um capítulo, evaporou-se de mim E num circuito restrito onde caminho e habito Permanece o conflito, será este o meu fim Ou neste novo começo ninguém fica ileso E a depender permaneço da força de um destino Se o amor não tem preço, porque sinto o peso Das memórias que esqueço, que deixei no caminho Como sombras esquecidas, como almas perdidas Na escuridão dessas vidas que procuram salvação Mas mais que cenas sofridas, sentidas e vividas Não há mais que consigas lembrar com exactidão Caem no esquecimento...
Olho o espelho e esta imagem gasta... Olho o espelho e esta imagem gasta...
O rosto é... Esquecimento é... Esquecimento é... Esquecimento é... Esquecimento...
O infinito sabe-me a pouco O vazio deixa-me louco Afogado num mar de lágrimas e sufoco Sufóco e foco a energia num choro silencioso Será assim tão precioso o conhecimento de nós próprios?
O tempo passa vagaroso Não existe um repouso No sofrimento que se ouve na voz mesmo sem intenção
Espero que o tempo passe Seja apenas uma fase E volte a ter a sensação de sentir algo
Pareço paralisado no espaço Ou preso noutro lugar Observo o vazio, páro atento e tento sonhar
Qualquer dia chego á conclusão de que tudo é em vão Enquanto penso que o esquecimento é a solução
O rosto é... Esquecimento é... Esquecimentoo...(esquecimento)