Raul Torres e Florêncio

Cobra Venenosa

Raul Torres e Florêncio


("Vancês eu sei já conhece
O veneno que as cobra têm
Pois elas quando dá o bote
Balança o guizo também

A cascavé traiçoeira
Quando ela qué se vingá
Balança o guizo contente
Na hora dela pegá

A urutú é perigosa
De ruim não se manifesta
É cobra tão venenosa
Que traz uma cruz na testa

Jaracuçu, Deus nos livre
Quando ela chega a picá
Deixa o siná dos seus dente
E a cicatriz no lugá

Mas eu vos digo a verdade
De cobra eu já fui picado
De cascavé e caninana
Urutú, esse marvado

De todas já me livrei
Desse veneno amargura
Mas tenho contra-veneno
Por isso tudo se cura

Mas tem uma cobra no mato
Cabocla lá do sertão
Que traz o veneno nos zóio
E ataca no coração

Dessa uma vez fui picado
Um dia, só por mardade
E hoje trago o veneno
Na cicatriz da saudade")

Tá pra fazê três semana
Que eu deixei o meu sertão
Por um veneno dos olhos
Que trago no coração

Uma cabocla do mato
Essa cabocla cruel
Tem mais veneno que as cobra
Jaracuçú, cascavel

Essa cobra venenosa
Que muito mal tem me feito
Uma picada me deu
Que ainda sinto no peito

Já curei todos os venenos
De cobra mais perigosa
Essa cabocla que existe
É a cobra mais venenosa

Compositores: Joao Baptista da Silva (Joao Pacifico), Raul Montes Torres (Raul Torres)
ECAD: Obra #30444

Letra enviada por Pedro Paulo Mariano

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