Meu sabiá, meu sabiá Não quer mais cantá Não quer mais cantá Pois a noite é escura Pois a noite é escura Não se vê luá Não se vê luá Tá fazendo ninho É pra descansá
Sô cantado, já cantei na minha terra Fica lá em riba da serra Dos lados do lagamá Eu comecei no primeiro de janeiro Cantei doze mês inteiro Só parei lá no natá
Meu sabiá, meu sabiá Não quer mais cantá Não quer mais cantá Pois a noite é escura Pois a noite é escura Não se vê luá Não se vê luá Tá fazendo ninho É pra descansá
Eu quando vejo uma cabôca perfumada Com a cabeça enfeitada De flor de maracujá Pego no pinho e meu coração no peito Passa pro lado direito Com vontade de sambá
Meu sabiá, meu sabiá Não quer mais cantá Não quer mais cantá Pois a noite é escura Pois a noite é escura Não se vê luá Não se vê luá Tá fazendo ninho É pra descansá
Por causa duma caboquinha que eu conheço É que eu sofro e padeço E passo a vida a cantá Quando ela passa co lencinho no cangote Meu coração dá pinote Qué saí pra acompanhá
Meu sabiá, meu sabiá Não quer mais cantá Não quer mais cantá Pois a noite é escura Pois a noite é escura Não se vê luá Não se vê luá Tá fazendo ninho É pra descansá
Quando eu morrê eu quero morrê cantando No meu pinho rasqueteando Inté o peito arrebentá Meu coração quando ele ficá sozinho Há de ir pelos caminho Inté pode tê encontrá
Meu sabiá, meu sabiá Não quer mais cantá Não quer mais cantá Pois a noite é escura Pois a noite é escura Não se vê luá Não se vê luá Tá fazendo ninho É pra descansá