A minha casa Pequenina tão modesta Fica lá numa floresta No recanto onde ela está A gente olha Põe os olhos no poente Vê que Deus onipotente Abençoou este lugar Quando anoitece É um sertão iluminado Até fico desconfiado Que ele também more lá
Da minha cama No romper da madrugada Escuto nas alvoradas Os passarinhos cantar O pintassilgo Sabiá peito amarelo Cantando tira um duelo Até o dia clarear Lá da varanda Canta e desce do poleiro Meu antigo seresteiro Companheiro do luar
Quando o sol nasce Vou cultivar meu roçado Nas capoeiras do serrado Escuto o inhambu piar O araponga Quebra o silêncio da mata E as águas da cascata Murmurando sem parar Águas correntes Rio de águas cristalinas Que desaba lá de cima E vai correndo para o mar
Veja seu moço Meu sertão iluminado Meu paraíso encantado Que dá gosto a gente olhar No pé da serra Existe uma flor tiguera E sorrindo ela espera Ser a dona do meu lar Que Deus me ajude Vencer tudo nesta vida Levo a minha preferida Lá nos pés do seu altar
Compositor: Antonio Vicente Pereira Filho (Rei da Mata) ECAD: Obra #197446