Nestas ruas a mágoa é tanta que ninguém descansa O equilíbrio nunca é mantido na mesma balança Lembro-me quando era criança, mantinha a esperança De ser alguém na vida, tendo a minha segurança Infância solitária, vida era minha adversária Percebi que a solidão não era temporária Saúde precária, música era estabilidade Capaz de atravessar barreiras com permeabilidade De me fazer sonhar bem alto, vivendo num sobressalto Em vez de fazer um assalto, preferia pisar um palco Gritos de medo substituídos por gritos emocionados Um silêncio trocado, por sorrisos rasgados O dom do verso, virou a minha vida do avesso Cento e oitenta graus, e isto é apenas o começo Como tudo nunca acabou, esta é a minha virtude Um começo sem fim, pondo um fim à finitude
Mentalidades retrógradas face à evolução São os meus alvos disfarçados em toda a inspiração Acorda, a realidade está à tua espera Vive o presente porque o passado não se altera (2x)
Gritos de silêncio, à medida que gasto a caneta Brilhante como uma estrela, eficaz como um cometa Caneta gasta, letra subjetiva Escrita vasta, diversos pontos de vista Por mais que eu insista as ruas permanecem inseguras Tento acender uma luz e em seguida fico às escuras Mudar para quê? Se a mentalidade é homogénea Querem ser todos reis bajulados com uma vénia O que é concreto, comigo torna-se abstrato O que é certo torna-se incerto no meu quarto Rimatório sagrado, supero a velocidade da luz Recuo no tempo nesta estrada rimática que me conduz Estrada a que nunca me opus, nem substituo Dás dois passos em frente, sou cauteloso e recuo Se devagar se vai longe, então vou a passo Passo a passo, vou-me tornando único no que faço!
Mentalidades retrógradas face à evolução São os meus alvos disfarçados em toda a inspiração Acorda, a realidade está à tua espera Vive o presente porque o passado não se altera (2x)
Rimando sem base, fui adquirindo conhecimento Frase a frase, fui demonstrando o meu talento Toda a gente o tem, quase ninguém o demonstrava É fácil escrever, é difícil ter o dom da palavra Nestas ruas à noite, já ninguém dorme Silêncio musical inspirado pelo meu microfone A vida, fez-me crescer demasiado depressa Em vez da violência prefiro recorrer à conversa Fui-me apercebendo, que a minha maior arma Era a escrita erudita, bomba que ninguém desarma Escrita restrita, palavra fria Quem diria, que a vingança iria ter o seu dia A vida dá voltas, a vida é acrobática Joga limpo, às vezes tens que mudar a tática A vida é a cores, a realidade é cinzenta Acordei para a realidade e ela não é o que aparenta
Mentalidades retrógradas face à evolução São os meus alvos disfarçados em toda a inspiração Acorda, a realidade está à tua espera Vive o presente porque o passado não se altera (2x)