Rimas e Melodias

Origens

Rimas e Melodias

Rimas e Melodias


[Verso 1: Tássia Reis]
Filha de Myriam e Manchão
Um Salve Sussu e Renan
Chegou a Melissa, já temos Ruan
E a Carla na contenção, ó
Minha disciplina eu aprendi no Ckp
Sem arrumar problema, mas pronta pra resolver
Desde pequena energia plena e mente serena
Cês deveriam prever
Com um metro e oitenta e não parando de crescer
Sabe quem orienta pelas ruas? Laroyê
Quem não sabe inventa
Não toma tento, nem tenta
Eu sou do fogo que venta que te queima e cê nem vê
Eparrey, me firmei
Desde o luz do amanhã
Tamborim, me criei
Faço jus aos balangandãs
Ainda nem tinha fãs
Já amava tantãs, fiz irmãs
Nas roda de dança, terror nas andanças
Fizemos mudança e canção, é
Quem treina não cansa, quem sabe é missão
Com a benção de Iansã
Vamo girar o mundão!

[Verso 2: Drik Barbosa]
Nas bike sem freio me equilibrei e das armadilhas
e eu me livrei
Criança de vila, nasci das batida, tem que ter swing
eu suinguei
Meu pai baterista, baiano, axé
Sou pérola negra, Olodum maré
Mãe nascida em Recife, porreta, afiada tipo peixeira
então bota fé
Nordeste me trouxe minhas rima é arrocha, arrocha
Crescida em Sampa, me viro a pampa
Forte igual rocha, rocha
Com samba no pé, destino nas mãos
Eu sou violão e as percussão
Eu sou batidão, Claudinho e Bochecha
Ndee Naldinho, vixe, muita treta
Os black total, sou black total
Os passo de baile e os carnaval
Realidade dura que nem rapadura
valor da minha vida não vem nas fatura
Família é força, eu me arrisco
Por amor eu risco, ponho amor nos disco
No sangue o som, na minha cor o tom
Eu tô pelos palco e tô na função
Vim dos 90, tô rumo aos 30
Minha mãe nos 40 tá mais foda ainda
Sou papo reto, brasileira, digo
Rap é mais que ofício, pacto sanguíneo

[Verso 3: Tatiana Bispo]
Ela é
Neta de nordestino
E na história dela tem uma mistura de preto com índio
Infância humilde, mas fizeram um corre
Meus avós honraram
Nosso sobrenome
Santos
Assim como tantos a trabalhar vieram de lá
Entre suas mãos linhas e agulhas
panela, colher, cimento, rastelo, martelo e pá
Corações doíam, falta da sua terra
Eles só queriam casa pra morar
Nunca vi na vida faltarem com a fé
foram dois guerreiros a me ensinar
Se eu tô aqui (é por eles é)
Tenho que ser forte (é por eles é)
São os meus amores, minha bênção
Eu daqui não quero decepcionar
Essa é minha jura, minha oração
Salve os meus Eurides e Abdon


[Verso 4: Karol de Souza]
Nóiz vem tipo os milk shake
Mistura deliciosa
Tesão pique sextape
Esses flow você não decora
Eu cheguei nesse continente (Terra Brasilis) , fodeu agora
Sou Portugal, Itália e provavelmente Angola
Sim, eu sou cria da Umbanda
Do Sul do Brasil outras banda
Budismo e herança africana
correm no sangue da curitibana
Já me preparei pra demanda
sou daquelas preta que manda
O rap me fez corajosa, chamo as outras preta de mana
Ancestralidade que emana, nosso tamborzão bate forte
Sou índia, sou preta, sou branca
Trabalho pesado e um pouco de sorte
Nam Myoho Rengue Kyo, comigo ninguém pode
Sincretismo de Buda, Zion de Souza de Oxossi!

[Verso 5: Stefanie]
Hey
Se hoje sou quem eu sou, muito amor
Gratidão família Ramos e Nabor
Almoço de domingo, Jorge Ben nos falantes
Música de preto nós todos somos amantes
Na quadra da Vila Alice ensaio da bateria
Minhas tias no porão costurando as fantasias
Meu vô Milton presidente, eu vim do berço do samba
Tá no meu Dna malandragem de vários bambas
No quintal, o Alê cortava os black power da função
Ver os preto na estica dava mó admiração
E pra minha autoafirmação foi fundamental
Rappin' Hood, Sou Negrão, me fez sentir especial
Meu irmão ligava toda aparelhagem
e fazia os bailinho de garagem
No passinho era viagem
Quando vem essas imagens mostra que eu fui bem feliz
Aprendiz do Abc, sempre honrando minha raiz


[Verso 6: Alt Niss]
Zona sul é paz no caos
Brincar na rua à noite era tão normal
Felicidade era um anime matinal
Destino veio pra alguns de forma tão cruel
Zona sul é paz no caos
Família preta tradicional
Samba-rock, melodia, coisa e tal
Sobrevivendo no inferno em estado racional
Aos oito correndo na rua de terra
O que tinha de sonho não tinha na mesa
Pouco tempo depois papel e caneta
Podia ser samba mas já tava escrito em algum lugar
Zona sul é paz no caos
Tudo que era letal
Virou dom de não querer ser igual
Criptonita um veneno visceral

[Final: Mayra Maldjian]

Compositores: Carlos Eduardo Alves da Rocha (Grou), Tassia dos Reis Santos (Tassia Reis), Stefanie Roberta Ramos da Costa (Stefanie Roberta), Renan Assuncao Sabino (Dia), Karoline Mary de Souza, Adriana Barbosa de Souza (Drik Barbosa), Tatiana Bispo dos Santos (Tatiana Bispo), Eunice Santiago Albertini (Alt Niss), Mayra Santana Azevedo Maldjian (Mayra Maldjian)
ECAD: Obra #25727245 Fonograma #15336923

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